Dados do Trabalho

Título

Soroprevalência de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 em populações indígenas de acordo com o status de vacinação no Estado do Pará

Introdução

A COVID-19, desencadeou uma série de consequências de saúde global, chamando atenção das organizações de saúde principalmente para o impacto nas populações possivelmente muito afetadas como os povos indígenas. Com a chegada da vacinação no Brasil, os povos indígenas foram uns dos primeiros grupos populacionais a serem vacinados em decorrência da sua vulnerabilidade do ponto de vista social, econômico e biológico.

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho é descrever a prevalência de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 em populações indígenas vacinadas e não vacinadas da etnia Xikrin do Bacajá e Kayapó no estado do Pará.

Material e Métodos

Foram analisados um total de 249 amostras de indígenas vacinados com a 1º e/ou 2º dose do esquema vacinal e 127 amostras de indígenas não vacinados. Os ensaios sorológicos foram realizados por meio de ELISA para detecção de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2, seguindo o protocolo do fabricante (Euroimmun, Lübeck, Alemanha). As análises estatísticas foram feitas pelo programa computacional BioEstat versão5.3, utilizando o Teste de Qui-quadrado para comparar as prevalências de anticorpos.

Resultados e Conclusão

A frequência de reatividade de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 foi significativamente maior nos indivíduos vacinados quando comparado aos não vacinados (87% vs. 64%; p<0,0001). A diferença de reatividade entre homens (88%) e mulheres (86%) vacinados não foi estatisticamente diferente (p=0,8358), o mesmo sendo observado para os não vacinados (homens 69% vs. mulheres 62%; p=0,6588).Os nossos resultados confirmam a importância da vacinação anti-SARS-CoV-2 como uma ferramenta eficiente para manter os níveis de anticorpos no organismo, reduzindo a probabilidade de transmissão viral, formação de novas variantes, diminuição dos casos graves e controle da pandemia, em especial no contexto da vulnerabilidade dos povos indígenas da Amazônia.

Palavras-chave

SARS-CoV-2, Indígenas, Anticorpos.