57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Centralização das informações clínico-propedêuticas: vantagem para o diagnóstico e a vigilância ativa da hanseníase.

Introdução

A vigilância ativa da hanseníase, que resulta da infecção pelo Mycobacterium leprae, deve ser respaldada por um eficiente banco de dados, contribuindo para o rastreamento, detecção precoce e redução da doença e suas sequelas. Os exames baciloscópico e histopatológico auxiliam no diagnóstico e na categorização espectral e de tratamento.

Objetivo(s)

Avaliar dados dos exames baciloscópicos e histopatológicos do ano de 2019 dos pacientes do estado de São Paulo em investigação de hanseníase presentes no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), banco do Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, e comparar com as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

Material e Métodos

Utilizando-se as palavras-chaves “hanseníase”, “histopatológicoII” e “Ziehl-Neelsen” da ferramenta de busca do GAL localizaremos os registros dos pacientes. Os dados serão compilados e comparados com os casos notificados no SINAN.

Resultados e Conclusão

Localizamos o registro de 767 pacientes no GAL, 187 (24%) positivos para hanseníase e 24 (3%) suspeitos. Do total de pacientes, 215 (28%) realizaram uma ou mais biópsias, totalizando 244 exames, avaliados no Instituto Adolfo Lutz (IAL), sendo 116 (48%) biópsias consistentes com hanseníase, categorizadas como tratada (34), em tratamento (28), sem outras especificações (21), virchowiana (15), tuberculoide (7), dimorfa (3), eritema nodoso (2) e outros (6); 536 (70%) pacientes apresentavam apenas baciloscopia, sendo 87 (16%) positivas; somente 16 (2%) pacientes realizaram ambos exames, com concordância de resultados para 12 pacientes. Considerando que, em 2019 foram notificados no SINAN 1.185 casos novos de hanseníase no estado, dos quais 368 procedentes das unidades de referência atendidas pelo IAL, existe a diferença de 181 pacientes sem registro da realização de exames no GAL. A discrepância entre os bancos de dados pode ser maior se considerarmos que o número de casos positivos identificados no GAL não contempla somente os casos novos. Esta análise mostra que pode haver uma lacuna no diagnóstico e/ou registro laboratorial, reforçando a necessidade de convergir as informações clínicas e propedêuticas complementares para um sistema único, favorecendo a identificação dos casos positivos, bem como a vigilância ativa.

Palavras-chave

hanseníase, vigilância ativa, banco de dados

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

Tomás Zecchini Barrese, C S Cirqueira, C T Kanamura, S D Iglezias, A N Duarte-Neto, Celso Loreto, C C Ponce, T S Lima, P A Venâncio, S M P Silva, Erica Chimara