Dados do Trabalho

Título

ARBOVIROSES NO BRASIL NO ÚLTIMO TRIÊNIO: INCIDÊNCIA DE ZIKA VÍRUS

Introdução

As arboviroses são doenças causadas por arbovírus e apresentam grande incidência no Brasil. O clima tropical predominante no país, favorece a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, o vetor de algumas arboviroses, como o Zika vírus. Este também está associado à transmissão vertical, transmissão através de sangue e hemoderivados e através de relação sexual.

Objetivo(s)

Caracterizar o perfil epidemiológico do Zika vírus no Brasil no triênio de 2019 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com o uso de dados secundários de domínio público, extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Resultados e Conclusão

Foram notificados 69.854 casos de Zika vírus no país, destes 44,09% (30.796/69.854); 29,53% (30.796/69.854) e 26,38 (18.428/69.854), nos anos 2019, 2020 e 2021, respectivamente, demonstrando redução da frequência das notificações possivelmente impactadas pela pandemia da Covid-19, que teve início no Brasil em 2020. A faixa etária mais acometida foi a de 20 a 39 anos, que totalizou 29.596 casos, com distribuição anual de 43,77%; 41,6% e 40,87%, no triênio de 2019 a 2021. A faixa de idade menos acometida pela doença foi a de 65 a 69 anos de idade, com uma somatória de 1.234 notificações, apresentando uma taxa de 1,41% em 2019, 2,07% em 2020 e de, aproximadamente, 2% em 2021. Quanto ao sexo, notou-se que o sexo feminino representou o maior número de notificações (45.317), enquanto o sexo masculino equivaleu a 24.481 casos. Ainda foi observada a ausência de dados importantes na ficha de notificação/investigação, pois em 56 casos o sexo do indivíduo não foi especificado. Observou-se que o número de casos de Zika vírus no Brasil diminuiu ao longo dos anos analisados. Isso pode estar atrelado à efetividade das campanhas de prevenção contra o mosquito transmissor da doença, bem como ao contexto pandêmico ocasionado pela Covid-19, que, pela sobrecarga da rede de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), dificultou as práticas da vigilância em saúde para outras doenças de notificação obrigatória. Além disso, a frequência de casos em adultos jovens, aqueles com maior autonomia de ir e vir incitada pela profissão, poderá auxiliar no planejamento de ações em saúde destinadas a esta população, quer no ambiente domiciliar quer no ambiente de trabalho.

Palavras-chave

Zika vírus; Análise epidemiológica; Doença Infecciosa.