Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO PARÁ NO ANO DE 2021

Introdução

Causada pela infecção pelo Mycobacterium tuberculosis – também chamado de bacilo de Koch –, a tuberculose é uma doença que pode acometer não só os pulmões, mas outros órgãos e sistemas extrapulmonares. Cursando com fadiga, febre, emagrecimento e tosse, seja seca ou produtiva, esse agravo é transmitido por aerossóis infectados emitidos por portadores da bactéria. Por ser classificado como problema em saúde pública, com repercussões no Brasil e no mundo, é de suma importância conhecer os seus aspectos epidemiológicos, com enfoque no estado do Pará.

Objetivo(s)

Observar panorama epidemiológico dos casos de tuberculose no Estado do Pará em 2021.

Material e Métodos

Foram obtidos dados sobre os casos notificados de Tuberculose no estado do Pará em 2021 a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), selecionando-se as variáveis “Sexo”, “Faixa Etária”, “Escolaridade”, “Raça”, “Região de Saúde (CIR) de notif”, “PPL”, “HIV”, “Aids” e “Situação Encerra.”.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 4.462 casos de tuberculose, sendo 3.045 em homens (68,2%) e 1.417 em mulheres (21,8%). Foram mais acometidos adultos jovens, de idade entre 20 e 39 anos (n=2071 / 46,4%), com ensino fundamental incompleto e analfabetos (n=1.809 / 40%), pardos (n=3.382 / 75,8%) e na região de saúde Metropolitana I (n=1.860 / 41,7%), na qual localiza-se a capital do estado. Além disso, 528 eram pessoas privadas de liberdade (11,8%), 309 possuíam coinfecção com HIV (6,9%) e 284 apresentavam aids (6,3%). Sobre o desfecho, 481 cursaram com cura (10,7%), 63 foram à óbito por tuberculose (1,4%), 172 abandonaram o tratamento (3,8%) e para 3.402 não há informações sobre o desfecho. Há uma forte influência social na ocorrência do agravo em questão; a escolaridade exerce um papel importante no combate à tuberculose, evidenciado pela baixa prevalência em pessoas com maior escolaridade. Além disso, vê-se que aglomerações de pessoas, como prisões e imunodepressões também são fatores que merecem ser mencionados como importantes agravadores no aumento da prevalência. Outro ponto importante é a falta de informações acerca do desfecho, o que pode mascarar uma problemática de abandono de tratamento – ou inexistência deste. Assim, urge a necessidade de medidas para notificação com maior completude de informações, para facilitar o desenvolvimento de políticas em saúde nesse sentido.

Palavras-chave

Tuberculose; Epidemiologia; Infectologia.