Dados do Trabalho

Título

Melioidose: Cenário de uma Doença Infecciosa Emergente no estado do Ceará, Brasil, 2011 a 2021

Introdução

Os primeiros casos de melioidose no Brasil foram identificados em março de 2003, no município de Tejuçuoca, estado do Ceará, quando um surto ocorreu com quatro crianças irmãs. Esse surto apresentou alta letalidade e três crianças evoluíram para óbito em consequência de sepse e pneumonia grave, em intervalo de apenas sete dias. Desde o ano de 2005, é uma doença de notificação compulsória e obrigatória no Ceará.

Objetivo(s)

Descrever o cenário da melioidose, uma doença emergente no estado do Ceará, Brasil, no período de 2011 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo, baseado em dados secundários de casos de melioidose relatados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Resultados e Conclusão

De janeiro de 2011 a dezembro de 2021, dos 34 casos notificados, 18 (52,9%) foram confirmados em 13 diferentes municípios. Destes, a maior frequência de registros foi em Granja (3; 16,7%). Canindé, Aquiraz e Itapiúna contabilizaram dois casos (11,1%) cada um. Outros municípios, como Tabuleiro do Norte, Solonópole, Ipu, Fortaleza, Forquilha, Uruoca, Graça, Caucaia e Milagres notificaram apenas um (1; 5,5%) caso. Observou-se uma elevação na proporção dos casos de 2015 a 2019, passando de 5,6% em 2015 para 22,2% em 2019. Não houve registros nos anos de 2012, 2013 e 2020. Em 2021 voltou a crescer, com quatro (22,2%) casos distribuídos nos municípios de Itapiúna, Caucaia e Milagres. A mediana de idade dos casos foi de 51 anos, com amplitude de três a 100 anos. A principal ocupação registrada foi estudante (4; 22,2%). É possível concluir que por seu alto potencial letal, os casos agudos exigem intervenção imediata. Diante da vigilância constante e diagnóstico precoce, os casos estão sendo detectados com maior frequência e tratados em tempo oportuno, o que reduziu a letalidade da doença no estado do Ceará. Medidas de prevenção são recomendadas para minimizar o risco de exposição, especialmente para pessoas com fatores de risco para adquirir a doença.

Palavras-chave

Melioidose; Infecção por Burkholderia pseudomallei; Notificação Compulsória; Vigilância Epidemiológica.