Dados do Trabalho

Título

Fatores dificultadores e facilitadores da manutenção dos Postos de Informação de Triatomíneos (PITs) em municípios de alto risco de reinfestação de triatomíneos em Minas Gerais. Brasil

Introdução

Atualmente no Brasil, a vigilância com a participação da população é a forma mais importante de controle entomológico da doença de Chagas. Nela a população encaminha os insetos suspeitos de serem vetores do parasito causador da doença, os triatomíneos, aos Postos de Informação de Triatomíneos (PITs). Nesses postos, os Colaboradores Voluntários (CVs) dos PITs são pessoas treinadas e responsáveis pelo recebimento dos insetos. Apesar da relevância dos PITs, em Minas Gerais há um desconhecimento sobre a situação dos PITs, estando muitos deles inativados e improdutivos

Objetivo(s)

Desta forma, objetivou-se analisar os fatores dificultadores e mantenedores dos PITs nos municípios mineiros classificados como de alto risco de reinfestação de triatomíneos nas unidades domiciliares (123 municípios).

Material e Métodos

Para isso os Agentes de Combate a Endemias (ACEs) dos municípios passaram por uma capacitação online para a aplicação de um questionário presencial aos CVs. O questionário continha 25 questões estruturadas nos eixos: perfil sociodemográfico, doença de Chagas e vetores, PITs e vigilância passiva

Resultados e Conclusão

Foram enviados 202 questionários aos CVs dos PITs que estavam ativos nos municípios, retornando um total de 132 questionários preenchidos (65,3%). Observou-se que 65% dos participantes eram mulheres, 31% tinham de 30 a 39 anos de idade e 41% possuíam ensino médio completo. Em relação à qualificação para exercer a função de CV, 49% não receberam nenhuma instrução, apesar de a maioria (51%) trabalhar há mais de 10 anos como CV. Em relação ao conceito de vigilância passiva, 61% dos participantes responderam corretamente. Além disso, 58% disseram não receber muitas notificações de insetos nos PITs, 99% disseram que os PITS onde trabalhavam eram necessários, e 91%, que a visita mensal dos ACEs era fundamental. Por fim, quando perguntados sobre o que acreditavam levar os PITs da região à inativação, os participantes responderam de forma variada, sendo que a maior parte das respostas girou em torno de aspectos relacionados a falta de orientação e educação em saúde voltados à população. Dessa forma, a partir dos dados coletados pode-se inferir que que a participação popular nos PITs dos municípios é insatisfatória, aparentemente por falta de instrução, informação e orientação à população. Em contrapartida, os CVs têm consciência da importância e relevância dos PITs no cenário atual de controle entomológico da doença de Chagas.

Palavras-chave

saúde pública; doença de chagas; vigilância passiva