Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS ADQUIRIDA NO ESTADO DO PARÁ NO ANO DE 2021

Introdução

A sífilis, agravo causado pela infecção pela bactéria Treponema pallidum, é um problema crescente de saúde pública no Brasil e no mundo. Podendo ser classificada como primária, secundária e terciária quanto a sua evolução e tendo como sua principal via de transmissão o ato sexual desprotegido, podendo, essa infeção, causar de feridas a acometimentos cardiovasculares e neurológicos. Este é um agravo de notificação obrigatória segundo a Portaria nº 2.472, de 31 de agosto de 2010.

Objetivo(s)

Identificar panorama epidemiológico dos casos de sífilis adquirida no Estado do Pará em 2021.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo descritivo baseado em uma pesquisa quantitativa em fonte de dados secundários, a plataforma digital do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para os casos de sífilis adquirida no estado do Pará em 2021, assinalando-se as variáveis “Sexo”, “Raça”, “Faixa Etária”, “Escolaridade” e “Evolução”.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 1.492 casos de sífilis adquirida, sendo 916 em homens (61,4%), 571 em mulheres (38,3%) e 5 notificações não especificaram o sexo. Foi mais prevalente em pardos (n=1.147 / 76,9%), seguidos de pretos (n=140 / 9,3%) e de brancos (n=111 / 7,4%). Além disso, a faixa etária mais acometida foi entre 20-39 anos (n=905 / 60,6%), seguida de 40-59 anos (n=365 / 24,5%). Quanto à escolaridade, foram acometidas 415 pessoas com ensino médio completo (27,8%), seguidas de 142 pessoas com de 5ª a 8ª séries incompletas do ensino fundamental (9,5%), enquanto que para 384 (25,7%) notificações não houve especificação para este agravo. Sobre a evolução, 561 pessoas evoluíram para a cura (37,6%) e para 922 notificações não houve especificação do desfecho do caso (61,8%). No Pará, o agravo é mais prevalente em homens do que em mulheres, mais frequente em adultos jovens e pardos, de maior escolaridade. Contudo, pode haver incongruências na análise, visto a grande quantidade lacunas em variáreis como escolaridade e cura. A maior ocorrência em homens, aliada ao não tratamento, tratamento incompleto ou ao desconhecimento da necessidade deste, pode levar à infecção de mulheres, o que, por sua vez, propicia outros agravos, como a sífilis gestacional e a sífilis congênita. Dessa forma, é urgente a construção de estratégias de educação em saúde para frear a ocorrência desta doença, assim como garantir uma notificação completa para maior acurácia nas análises epidemiológicas.

Palavras-chave

Sífilis; Epidemiologia; Infectologia.