Dados do Trabalho
Título
Avaliação dos padrões de resistência à deltametrina em populações de Triatoma brasiliensis, Neivai, 1911 (Hemiptera: Reduviidae), no município de Jaguaruana, Ceará
Introdução
A doença de Chagas (DC) ou tripanossomíase americana é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (Chagas, 1909). Uma estratégia para controle da DC consiste no combate aos vetores triatomíneos domésticos através de aplicações de inseticidas residuais. Entretanto, como esta estratégia vem sendo empregada há mais de 40 anos no Brasil, pode ter selecionado várias populações de vetores com resistência ou suscetibilidade alterada a inseticidas do grupo piretróides.
Objetivo(s)
Descrever o perfil de resistência/suscetibilidade de populações de Triatoma brasiliensis do município de Jaguaruana, Ceará, ao inseticida piretróide deltametrina.
Material e Métodos
Análises através de bioensaios por aplicação tópica de uma série de doses de deltametrina, grau técnico diluído em acetona (PA) em populações de T. brasilisensis oriundos de quatro localidades rurais do município de Jaguaruana, Ceará. A cepa susceptível utilizada como referência para T. brasilisensis foi oriunda do município de Umari (CE) sendo definida por Obara (2010). Para os cálculos da dose letal 50% (DL50) e Razão de resistência (RR50) foi utilizado o programa Probit Analisys. Foram coletadas em 2016 populações de duas localidades onde a população local não tinha o hábito de utilizar inseticidas, e de duas localidades onde a população utiliza inseticidas regularmente. Em todas as localidades houve um intervalo mínimo de 12 meses sem ação de controle de triatomíneos através da aplicação residual de inseticidas nas unidades domiciliares.
Resultados e Conclusão
Os bioensaios descreveram a menor DL50 na população de Jenipapeiro 0.296 (0.274 – 0.319) e a maior em Quixabinha 0.452 (0.415 – 0.485). As razões de resistências (RR50) variaram entre 0.644 e 0.983. Em 2018, apenas as duas localidades onde a população usava inseticidas tiveram casas recolonizadas por T. brasiliensis, cujas DL50 foram de 0.313 (0.281 – 0.343) e 0.306 (0.276 – 0.338), respectivamente. As RR50 foram nessas duas comunidades de 0.930 e 0.953. As populações de T. brasiliensis testadas mostraram-se susceptíveis a deltametrina. Assim, não há necessidade de manejo de inseticida na estratégia de controle vetorial nas localidades estudadas.
Palavras-chave
T. brasiliensis; resistência a inseticidas; piretróides.
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Luiz Osvaldo Rodrigues Silva, Claudia Mendonça Bezerra, Roberta Paula Oliveira, Sarah Mendes D'Angelo, Jorg Heukelbach