57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Integração da Técnica do Inseto Estéril (TIE) e da autodisseminação do pyriproxyfen para o controle populacional de Aedes aegypti: teste piloto em Unidade de Saúde do Recife-PE, Brasil.

Introdução

O controle vetorial de Aedes aegypti, mosquito reconhecidamente implicado nos ciclos de transmissão de diferentes arbovírus, continua representando um grande desafio para a saúde pública no Brasil. Relatos recentes apontam para o potencial de utilização dos machos da espécie para a autodisseminação de produtos a base de pyriproxyfen, para criadouros do mosquito em áreas infestadas.

Objetivo(s)

O presente estudo avaliou o impacto da liberação de machos viáveis impregnados à seco com o Sumilarv®0,5G (produto reparticulado) e, de forma inovativa, de machos estéreis, liberados em teste de campo.

Material e Métodos

O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas/Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE/EBSERH) de abril a novembro/21. Os machos foram produzidos no Insetário/IAM-Fiocruz, esterilizados no Depto de Energia Nuclear/UFPE e liberados no HC uma vez por semana, com variação de 4.183,6 a 6.779,3 por evento de soltura, em 11 pontos pré-determinados. A avaliação da efetividade de controle foi estimada pela densidade e viabilidade de ovos coletados quinzenalmente em 27 ovitrampas (OVT-S), instaladas na área externa-perihospitalar (n=12) e na área do subsolo (n=15) do hospital. As palhetas das OVT-S foram observadas em estereomicroscópio e os ovos foram classificados em abertos (sem opérculo), fechados e murchos, ambos com opérculo, e desidratado, respectivamente. Após a indução da eclosão total em laboratório, alcançada pelo contato com água por 24h, as larvas foram contabilizadas para determinar a viabilidade dos ovos.

Resultados e Conclusão

Após a liberação de 101.468 machos foi possível observar uma redução significativa (p<0,0001) no número e na viabilidade dos ovos, cujos valores passaram de 17.520 para 10.431 ovos/OVT-S e a taxa de eclosão de cerca de 90% para 30%, em setembro/2021, especialmente no subsolo. A partir de julho/2021 foi possível observar a presença de ovos murchos em 30% das 27 OVT-S, aumentando para 60% delas em outubro/2021, com a continuidade de liberação dos machos estéreis-impregnados, mais uma vez, com destaque para as OVT-S do subsolo. Os resultados revelam que é possível integrar à técnica do Inseto Estéril (TIE) à autodisseminação de pyriproxyfen, de forma simultânea e contínua, dando a um mesmo mosquito ou mesmo produto biotecnológico duas funcionalidades, eliminação de ovos viáveis e larvas, potencializando o controle populacional da espécie, especialmente em unidades de saúde.

Palavras-chave

Machos estéreis; eliminação de ovos; impregnação a seco; controle larval; controle integrado.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

JAZIELA DE ARRUDA MENDONÇA, BRYDJA DENKO VIEIRA SERAFIM, HELENA EMANUELA CANDIDA DA SILVA, RAFAEL ALVES DA SILVA, KATHYANNE ELLEN DA SILVA BARBOSA, FREDERICO JORGE RIBEIRO, MARILEIDE DOS SANTOS BRITO, EDVANE BORGES DA SILVA, CLÁUDIA MARIA FONTES DE OLIVEIRA, MARIA ALICE VARJAL DE MELO SANTOS