57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS, NO ESTADO DO PARÁ, NOS ANOS DE 2017 A 2021

Introdução

Animais peçonhentos possuem a capacidade de produzir veneno e injetá-lo em presas ou predadores. Em países tropicais e subtropicais, acidentes, em humanos, envolvendo esses animais constituem um problema de saúde pública, devido a negligência, a subnotificação e as dificuldades de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Objetivo(s)

Analisar a prevalência de acidentes por animais peçonhentos, no estado do Pará, nos anos de 2017 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo. Foram selecionados 5 artigos a partir de bibliotecas eletrônicas e sites indexados de periódicos, utilizando-se os descritores “Animais venenosos”, “Pará”, “Epidemiologia” e “Acidentes”, nos idiomas português e inglês, e filtrados para os anos de 2017 a 2022. Também foram coletados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) tabulado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Resultados e Conclusão

Neste período de 5 anos do estudo foram notificados 40.680 casos de acidentes por animais peçonhentos, com média anual de 8.136 acidentes. A menor notificação foi observada no ano de 2018, com 18,43% (7.496 casos) e a maior notificação ocorreu no ano de 2019, com 21,49% (8.741 casos). Não foi observada variação importante ao analisar a amplitude das notificações entre o primeiro e o último anos da série estudada. Entre os 144 municípios paraenses, os que apresentaram os maiores números de notificação de acidentes por animais peçonhentos foram: Santarém, Altamira, Belém e Tailândia com 1.928, 1.375, 1.204 e 1.108 casos, respectivamente. A frequência de acidentes varia de forma significativa de acordo com o sexo, sendo mais prevalente em homens, na razão entre sexos de 2,98/1. Houve predominância da faixa etária de 20 a 39 anos e de 40 a 59 anos, representando 37,4% e 25,8% dos casos, respectivamente. O número de notificações de acidentes por animais peçonhentos, ao longo dos anos estudados, se manteve elevado e aproximadamente constante, além de ser possível notar a maior frequência em homens e indivíduos adultos. A situação epidemiológica identificada confirma a inserção desses acidentes como um sério problema de saúde pública, demonstrando a necessidade de políticas públicas voltadas para a promoção da saúde e prevenção desses acidentes, principalmente em um Estado situado na Região Amazônica.

Palavras-chave

Epidemiologia Descritiva; Animais peçonhentos; Atenção Primária à Saúde.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Júlia Belém Lima, Beatriz Belém Lima, Eduarda Gemaque, Emerson André Negrão do Nascimento, Laura Thays dos Santos Cordeiro, Luiz Henrique Frota de Oliveira Zanol, Waltair Maria Martins Pereira