57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise do desenvolvimento de Lutzomyia longipalpis (Díptera: Psychodidae) em insetário para o estabelecimento de uma colônia

Introdução

Os flebotomíneos fazem parte da família Psychodidade e da subfamília Phlebotominae. Já foram descritas cerca de 800 espécies e dentre estas a espécie L. longipalpis é o principal vetor de Leishmania infantum nas Américas. O estabelecimento de colônia de flebotomíneos fechada é laborioso, mas essencial para o desenvolvimento de estudos de avaliação de infecção por Leishmania em reservatórios, na realização de xenodiagnóstico.

Objetivo(s)

Este estudo visa mostrar a experiência no desenvolvimento do L. longipalpis no insetário do Instituto de Medicina Tropical da UFRN (IMT-UFRN) para estabelecimento de colônia limpa e fechada.

Material e Métodos

As coletas de insetos foram realizadas entre os meses de fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, com armadilhas luminosas do tipo CDC, instaladas em peridomicílios na área metropolitana de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Os flebotomíneos foram separados em gaiolas e as fêmeas alimentadas via exposição a camundongos. Após o repasto foi oferecida solução de sacarose 30%. Vinte e quatro horas após o repasto, casais de flebotomíneos foram transferidos para frascos individuais com fundo de gesso.

Resultados e Conclusão

A partir das coletas, obtivemos 1182 casais e destes, apenas 36% (n=426) das fêmeas colocaram ovos. Dessas, 65% (n=277) das fêmeas foram identificadas como L. longipalpis, 4,0% (n=17) foram identificadas como outra espécie e em 31% (n=132) não foi possível a identificação. Em relação a F1 dos L. longipalpis, foram contabilizados 9996 ovos (média: 23 ovos/casal) e uma taxa de eclosão de ovos de 28,9% (n=2897 larvas). Apenas 33,3% (n=966) dessas larvas tornaram-se pupas, e, por fim, 90,7% (n=877) das pupas emergiram em adultos durante o período de 1 ano, tendo o desenvolvimento dos flebotomíneos no insetário a média 48 dias. Dessa forma, a avaliação do desenvolvimento do L. longipalpis em laboratório nos permitiu identificar o ponto onde estamos tendo a maior perda, que foi na eclosão dos ovos, e assim concentrarmos esforços para melhorar nosso rendimento e termos uma colônia autossustentável e fechada para estudo futuro de xenodiagnóstico.

Palavras-chave

Colônia, flebotomíneo, autossustentável.

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Letícia Santos Souza Paula, Angelis Maria Alves Falcão, Damila Karen Cardoso Melo, Carolina Mendes Aguiar, Erika Lima Galvão, Joanna Gardel Valverde Galvão, Selma Maria Bezerra Jerônimo