Dados do Trabalho

Título

Perfil epidemiológico e laboratorial dos pacientes suspeitos de leishmaniose tegumentar atendidos em Centro de Referência no Rio de Janeiro entre novembro de 2021 e maio de 2022.

Introdução

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é endêmica no estado do Rio de Janeiro (RJ), onde é causada quase que exclusivamente pelo protozoário Leishmania (Viannia) braziliensis. Pode apresentar diferentes formas clínicas.

Objetivo(s)

O objetivo desse estudo é apresentar o perfil clínico e laboratorial dos pacientes suspeitos de LTA atendidos no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, entre novembro de 2021 e maio de 2022, no Rio de Janeiro.

Material e Métodos

Neste período foram atendidos 38 pacientes suspeitos de LTA. Os pacientes foram submetidos a biópsia de lesão cutânea para pesquisa de LTA por exame direto (ED), cultura com isolamento (C), histopatológico (HI) / imunohistoquímica, PCR convencional (kDNA), e sangue para pesquisa de anticorpos por ensaio imunoenzimático (ELISA). As amostras foram também encaminhadas para pesquisa de esporotricose, paracoccidioidomicose e/ou histoplasmose através de exame micológico direto e/ou cultura para fungos.

Resultados e Conclusão

Observou-se que 21 (55,3%) dos pacientes eram do sexo masculino, e a faixa etária acometida foi de 13 a 75 anos. Em relação à área de residência, 38 (97,4%) eram do RJ, sendo 18 (47,4%) do município do Rio de Janeiro, um (2,6%) de cada um dos municípios de Miguel Pereira, Mangaratiba, Cantagalo, Macaé, Seropédica, Volta redonda, Resende e Parati, dois (5,3%) de cada um dos municípios de Teresópolis, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Petrópolis, e 3 (7,9%) de Saquarema. Dezessete pacientes (64,6%) confirmaram diagnóstico para LTA. A execução de cada técnica laboratorial foi de acordo com disponibilidade do material biológico e solicitação médica. A sensibilidade (S) e especificidade (E) das técnicas C, ED, PCR, HI e ELISA foram respectivamente: (S%) 82,3; 66,6; 71,4; 35,2; 93,75 e (E%) 100; 100; 100; 100; 68,7. O diagnóstico diferencial dos 21 pacientes suspeitos e negativos para LTA foram esporotricose (61,9%), paracoccidioidomicose (9,5%) e os demais casos compreenderam dermatofitose por Nannizzia gypsea, ectima, piodermite e úlcera isquêmica. O diagnóstico da LTA é um desafio para saúde pública devido à dificuldade na disponibilidade de exames laboratoriais, coleta de amostras, escassez de kits de diagnóstico e desempenho irregular das técnicas. O conhecimento sobre a epidemiologia da doença associado à oferta de diferentes técnicas diagnósticas são fundamentais para se obter sucesso na investigação dos casos.

Palavras-chave

Leishmaniose tegumentar americana; diagnóstico; diagnóstico diferencial.