57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

COBERTURA VACINAL CONTRA POLIOMIELITE, NO PARÁ E OS RISCOS DE REINTRODUÇÃO VIRAL

Introdução

Objetivo(s)

Demonstrar a taxa de imunização da vacina contra poliomielite no estado do Pará durante o período de 2010 a 2021.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, caracterizado como observacional e descritivo, a partir de coleta de dados advindo do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) tabulado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Analisou-se a cobertura vacinal de três fases da prevenção a poliomielite (VOP, 1º e 2º etapa). Para análise de correlação entre os dados, foi realizado teste de regressão linear com auxilio do software Jamovi.

Resultados e Conclusão

Foi observada queda acentuada na cobertura vacinal. Em 2012, o estado do Pará registrava uma cobertura de 97,78%, comparado a 2021, quando apresentou a menor taxa, média do periodo de 55,49%, tendo uma variação percentual negativa de 43% . A media de cobertura vacinal durante o período marcou 78,74%, sendo esse percentual abaixo da meta preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações que é de pelo menos 95%. Em comparação aos outros estados da região norte, o Pará esteve atrás somente do Amapá com cobertura média de 72,25%. Porém, todas as Unidades Federadas permanecem abaixo do preconizado, exceção se fazendo para o estado de Rondônia (99,66%). A média de cobertura vacinal da Região Norte foi em torno de 83,12%, configurando também como a menor média de cobertura vacinal entre as Regiões do Brasil (90,94%). Ao relacionar a cobertura vacinal com o número de casos de óbitos por Paralisia Flácida Aguda/Poliomielite (G82 e A80), por análise de regressão, não houve significância estatística entre a diminuição da cobertura vacinal abaixo do predito, com a incidência de novos casos da doença no Estado (R²=0.0150; P=0.753). Dessarte, a não correlação com a incidência de novos casos não se descarta a importância de altas coberturas vacinais, que devem ser homogêneas entre todos os municípios do estado do Pará. A queda da cobertura vacinal, mesmo com a doença erradicada, facilitará a reintrodução do vírus da poliomielite devido a formação de bolsões suscetíveis em diversas localidades, e a possibilidade de emergência da doença, devido áreas de fronteiras e imigração. Um provável retorno da poliomielite com um quadro fragilizado de cobertura vacinal pode representar um aumento considerável das taxas de infecção e transmissão da doença que fora erradica das Américas.

Palavras-chave

Poliomielite; Vacina Antipólio Oral; Epidemiologia.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Márcio Cesar Ribeiro Marvão, Thiago De Oliveira Beserra, Emerson Andre Negrao Do Nascimento, Camila Fernandes Caldato, Lucas Guimarães Dias, Giovanna Coutinho Jardim, Waltair Maria Martins Pereira