57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Características epidemiológicas dos casos de toxoplasmose adquirida na gestação, Brasil, 2019 a 2021: resultado dos três anos iniciais da vigilância epidemiológica

Introdução

A análise das características epidemiológicas da toxoplasmose adquirida na gestação (TAG) possibilita o direcionamento das políticas públicas. No Brasil, desde a implantação da vigilância epidemiológica de TAG em 2018 e da definição da doença como de notificação compulsória, não foram publicados estudos com dados nacionais sobre o tema.

Objetivo(s)

Descrever as características epidemiológicas dos casos de TAG, Brasil, 2019 a 2021.

Material e Métodos

Estudo descritivo dos casos de TAG a partir de dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Para as taxas de detecção foi considerado o quociente entre o número de casos confirmados e o de nascidos vivos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, acrescidos de 10% em virtude de perdas fetais, abortos e natimortos, multiplicado por 10.000.

Resultados e Conclusão

Notificaram-se 27.043 casos de TAG, 7.557 em 2019, 8.776 em 2020 e 10.710 em 2021. Entre os confirmados (19.852 / 73,4%), 19.163 (96,5%) foram por critério laboratorial. A mediana de idade foi de 22 anos (Q1:14 – Q3:29); 7.575 (38,1%) tiveram diagnóstico no segundo trimestre de gestação; 9.413 (47,4%) eram da raça parda; 6.403 (32,3%) concluíram o ensino médio; 4.463 (22,5%) apresentaram a informação sobre escolaridade ignorada e 15.940 (80,3%) eram residentes da zona urbana. Quanto ao desfecho, 23 (0,1%) evoluíram a óbito por toxoplasmose. A taxa de detecção global da doença no período, por 10.000 gestantes, foi de 22,1, sendo 17,8 em 2019, 21,9 em 2020 e 27,0 em 2021. A maior taxa foi na região Sul (34,8/10.000), enquanto a menor foi na Sudeste (18,9/10.000) em todo período. Conclui-se que ocorreu aumento do número de casos notificados e da detecção de confirmados, que pode ser atribuído ao fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica, como a sensibilização dos profissionais de saúde e a sistematização do diagnóstico laboratorial, além da dispensação de tratamento vinculado à notificação. Por ser uma doença que pode causar sequelas irreversíveis ao bebê com consequente prejuízo na qualidade de vida da mulher e da família, além de gerar custos para o serviço de saúde, recomenda-se o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica, pré-natal, prevenção, diagnóstico e tratamento.

Palavras-chave

Toxoplasmose; Gestantes; Epidemiologia descritiva.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

MATHEUS SANTOS MELO, Rosalynd Vinicios da Rocha Moreira, Ana Júlia Silva e Alves, Renata Carla de Oliveira, Janaína de Souza Menezes, Marcelo Yoshito Wada, Luís Antônio Alvarado Cabrera