57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Monitoramento da mortalidade por Dengue associada com Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil em 2020

Introdução

Segundo o Ministério da Saúde, o número de óbitos por dengue vem aumentando no Brasil, com 764 óbitos registrados em 2020. A condição de pessoas acometidas pela Dengue associada com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pode ser um fator de risco para mortalidade. Nessa perspectiva, o objetivo da presente pesquisa é avaliar a mortalidade proporcional por dengue associada com DCNTs no Brasil em 2020.

Objetivo(s)

Verificar a proporção de óbitos por dengue associados com doenças crônicas no Brasil no ano de 2020.

Material e Métodos

Estudo descritivo de natureza quantitativa que visou avaliar a mortalidade proporcional de óbitos por dengue associada com o conjunto das quatro principais doenças crônicas descritas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis no Brasil 2021-2030 (Plano de DANT), sendo elas: neoplasias, diabetes, doenças cardiovasculares e doenças crônicas respiratórias, no Brasil em 2020. Os dados foram extraídos do sistema de informação sobre mortalidade (SIM) e as variáveis utilizadas foram: sexo, faixa etária, causa (Classificação Internacional de Doenças - CID-10), raça/cor e unidade da federação (UF) do Brasil. Os CIDs utilizados para filtrar a causa base foram A90-A91 (Dengue) e para causa múltipla foram utilizados C00-C97(Neoplasias), E10-E14 (Diabetes), I00-I99 (Doenças Cardiovasculares) e J30-J99 (Doenças Crônicas Respiratórias) exceto J36.

Resultados e Conclusão

No ano de 2020 ocorreram 764 de mortes por Dengue no Brasil e desse total, 492 foram óbitos com causa múltipla para DCNT, o que representa 64,39% dos óbitos. O maior percentual de óbitos está entre indivíduos do sexo masculino (52,64%), faixa etária 80 ou + (29,67%), Doenças cardiovasculares (55,28%) e indivíduos de raça/cor branca (59,55%). A UF do Brasil com maior percentual foi o Paraná (34,55%). Vale ressaltar que a mortalidade prematura (30 a 69 anos) corresponde à 44,1% dos casos.
Diante do cenário apresentado, recomenda-se que os portadores de DCNT, principalmente os idosos, quando acometidos pelo vírus da Dengue, sejam monitorados com mais rigor. Ademais, os manuais de manejo clínico poderiam ser aperfeiçoados para inclusão de instruções sobre condução de casos de portadores de DCNT acometidos pela Dengue. E por fim, o reforço das campanhas de combate ao vetor da dengue e as ações de enfrentamento aos fatores de risco para doenças crônicas.

Palavras-chave

Dengue; Doenças Crônicas; Mortalidade.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Leonardo de Souza Lourenço Carvalho, Ellen de Cassia Dutra Pozzetti Gouvea