57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Vacinação de crianças menores de cinco anos em região de alta vulnerabilidade social: cobertura vacinal e fatores associados à não vacinação, Distrito Federal, abril de 2022

Introdução

Regiões de alta vulnerabilidade social e pobreza possuem relação direta com a situação vacinal das crianças

Objetivo(s)

Estimar a cobertura vacinal e analisar fatores associados à não vacinação de crianças menores de cinco anos de idade na comunidade de Sol Nascente, Distrito Federal, abril de 2022

Material e Métodos

Inquérito de cobertura vacinal com amostragem por conglomerados (30x7), em três estágios (setor censitário, domicílio e crianças). Fontes de dados foram caderneta vacinal, Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização e entrevista. Coberturas vacinais (CV) foram calculadas por imunobiológico com doses que completam o esquema e por população-alvo. Realizou-se análise complexa e cálculo da razão de prevalência (RP), intervalo de confiança de 95% (IC95) e significância de 0,05.

Resultados e Conclusão

Das 208 crianças, 57,3% (IC95 49,2-65,4) tinham esquema vacinal completo (EVC). Das 89 (42,7%; IC95 34,6-50,8) com esquema vacinal incompleto (EVI), 53 (59,5%) foram vacinadas durante as visitas. CV por imunobiológico: Pneumocócica 10-valente, 90,8% (IC95 85,9-95,7); Meningocócica C, 88,5% (IC95 82,9-94,1); Tríplice Bacteriana, 73,9% (IC95 68,2-79,5); Vacina oral contra poliomielite, 70,0% (IC95 57,1-82,7); Febre Amarela, 57,7% (IC95 43,4-72,0). Quanto à ordem de nascimento da criança, 60,8% (IC95 53,7-68,0) eram o 2º filho em diante. Houve associação entre EVI e ordem de nascimento da criança (2º filho em diante), RP=1,5 (IC95 1,1-2,1). A renda média domiciliar per capita daqueles com EVC foi R$512,96, enquanto dos com EVI foi de R$436,31. Quando comparadas as crianças com EVC e EVI, não houve diferença estatisticamente significativa (p=0,45) entre as rendas médias domiciliares per capita. As CV estavam abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, acompanhando tendência nacional desde 2016 e evidenciando o risco de reintrodução de doenças como poliomielite. A ordem de nascimento da criança relacionou-se ao EVI, possivelmente pela redução da preocupação dos pais com a prevenção de doenças à medida que o número de filhos aumenta. Embora a renda média domiciliar per capita não esteja associada à não vacinação das crianças, os valores obtidos correspondem a menos da metade do registrado para a população brasileira. Recomenda-se realizar inquéritos de CV em outras comunidades para identificar bolsões de suscetíveis, atualizar a situação vacinal e realizar educação em saúde a fim de evitar doenças imunopreveníveis na infância.

Palavras-chave

Cobertura Vacinal; Vacinas; Crianças; Programas de Imunização.

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Adriano Ferreira Martins, Ana Paula Betaressi da Silva, Zildene dos Santos Moreira Bitencourt, Camila Ribeiro de Moura Menezes, Sandra Araújo de França, Jadher Pércio, Fabiano dos Anjos Pereira Martins, Leonardo José Alves de Freitas, Danniely Carolinne Soares da Silva