57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por esquistossomose mansoni no Brasil, 2015 a 2019

Introdução

A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária que necessita de estudos para identificação de áreas e grupos populacionais sob maior risco de adoecimento e morte.

Objetivo(s)

analisar a mortalidade por esquistossomose no Brasil entre 2015 e 2019 atualizando as informações sobre óbitos na perspectiva nacional

Material e Métodos

Estudo descritivo das caraterísticas epidemiológicas e sociodemográficas dos óbitos por esquistossomose entre 2015 e 2019 no Brasil. As bases públicas do Sistema de Informação sobre Mortalidade e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram utilizadas para os cálculos das taxas de mortalidade - TM (porcentagem ou /100.000 habitantes) estratificadas por sexo, faixa etária, regiões e unidades federativas de residência. Nas análises utilizaram-se os softwares Epi Info™ 7.2.4.0 e o Excel® 2017. Os dados não nominais dispensaram submissão ao comitê de ética.

Resultados e Conclusão

Resultados: Entre 2015 e 2019 foram registrados 2.517 óbitos por esquistossomose. A raça/cor parda foi a mais prevalente (n=1.402; 55,70%), bem como o tempo de estudo de 1 a 3 anos completos (n=731; 29,04%). A TM média no período foi de 0,24/100.000 habitantes, variando de 0,23/100.000 em 2015 para 0,26/100.000 em 2018 (aumento de 13,04%); contudo, houve redução da taxa em 2019 para 0,22/100.000, 15,38% em relação a 2018. Dentre as regiões, o Nordeste apresentou as maiores TM nos anos de 2015: 0,54/100.000; 2017: 0,64/100.000; e 2019: 0,53/100.000; os estados que apresentaram as maiores taxas médias foram: Pernambuco (1,75/100.000), Alagoas (1,70/100.000), Sergipe (1,03/100.000) e Bahia (0,43/100.000). A TM para o sexo masculino (0,50/100.000) foi maior que para o feminino (0,48/100.00) em todo período analisado. A faixa etária de 60 a 69 anos apresentou a maior TM (4,61/100.000 habitantes). Conclusão: Houve uma redução da TM por esquistossomose no Brasil no período estudado que pode ser devido ao tratamento da população afetada e às medidas de prevenção adotadas. Esta doença continua apresentando maiores taxas na população idosa, com menor escolaridade e na região Nordeste. A história natural da doença, inicialmente introduzida no Nordeste, pode estar relacionada ao local das maiores TM e a faixa etária pode estar relacionada a questões imunológicas. Considerando o potencial de eliminação da doença, as informações levantadas contribuem para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas, implementando ações de prevenção, para redução de mortes.

Palavras-chave

Esquistossomose mansoni, mortalidade, epidemiologia

Área

Eixo 07 | Helmintíases

Autores

Thayna Karoline Sousa Silva, Sergio Murilo Coelho De Andrade, Ana Cláudia Medeiros De Souza, Líbia Roberta Oliveira Souza, Daniela Vaz Ferreira Gomez, Marcelo Yoshito Wada, Francisco Edilson Ferreira De Lima Júnior, Cássia Fátima Rangel Fernandes, Igor Gonçalves Ribeiro