Dados do Trabalho

Título

Primeiro surto de Candida auris em Recife, Pernambuco: relato de quatro casos detectados em hospital público de grande porte, novembro de 2021 a janeiro de 2022

Objetivos(s)

Em dezembro de 2021, após notificação de dois casos de C. auris em hospital de grande porte em Recife, Pernambuco, objetivou-se identificar e caracterizar os casos confirmados.

Relato do Caso

Relato de casos confirmados de C. auris entre 21 novembro de 2021-31 de janeiro de 2022. Foram considerados casos confirmados: pacientes internados com identificação de C. auris em amostras clínicas ou swab de vigilância pela espectrometria de massa (MALDI-TOF). Foi utilizado questionário semiestruturado para coleta de dados a partir de prontuários médicos. Foram confirmados quatro casos. Caso 1: sexo masculino, 38 anos, histórico de neoplasia cerebral, admitido hipersecretivo com sonda nasoenteral. Submetido a dois implantes de dreno cerebral, antibióticos de amplo espectro, corticosteroide e dispositivos invasivos. C. auris identificada em urina. Permaneceu internado por 39 dias e evoluiu para alta hospitalar. Caso 2: sexo feminino, 70 anos, hipertensão, admitida com cefaleia súbita, vômito, diarreia e febre. Submetida a um implante de dreno cerebral, antibióticos de amplo espectro e dispositivos invasivos. C. auris identificada em urina. Permaneceu internada por 42 dias e evoluiu para o óbito por hemorragia subaracnóidea como causa básica. Caso 3: sexo masculino, 46 anos, admitido com confusão mental. Submetido à cirurgia de craniectomia descompressiva, antibióticos de amplo espectro e dispositivos invasivos. C. auris identificada em swab de vigilância após rastreamento de contatos. Permaneceu internado por 54 dias e evoluiu para alta hospitalar. Caso 4: sexo masculino, 69 anos, admitido após colisão automobilística apresentando parestesia em membro inferior esquerdo. Realizou cirurgia de videotoracoscopia e decorticação pulmonar com antibióticos de amplo espectro. C. auris identificada em swab de vigilância após rastreamento de contatos. Possuía 63 dias de internação e permaneceu hospitalizado.

Conclusão

Todos os casos confirmados fizeram uso de dispositivos invasivos, antibióticos de amplo espectro e possuíam longo tempo de internação, considerados fatores de risco para infecção ou colonização por C. auris. Este relato corroborou as evidências descritas na literatura e evidenciou a necessidade de manutenção de vigilância ativa para detecção de novos casos, desinfecção das superfícies e adoção das medidas gerais de prevenção e controle previstas no Alerta de Risco da Agência Nacional de vigilância Sanitária nº 01/2022

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos