57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA CONTINUIDADE DOS CUIDADOS PRIMÁRIOS, SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS ADULTOS, EM FORTALEZA, CEARÁ.

Introdução

A pandemia de COVID-19 fez vários países reorganizarem seus sistemas de saúde, priorizando consultas de urgência em detrimento de cuidados primários.

Objetivo(s)

Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na assistência à saúde em unidades básicas de saúde (UBS) em Fortaleza - CE, sob a ótica de usuários adultos.

Material e Métodos

Estudo transversal, quantitativo e descritivo. Foi calculada amostra aleatória simples de 400 usuários adultos, que utilizaram as UBS entre abril/2020 e julho/2021. Deste total, foram entrevistados, com questionário de opinião sobre o serviço de saúde, 126 usuários, convidados por conveniência, aleatoriamente de 3 UBS, da Regional VI de Fortaleza, entre agosto e novembro de 2021. As entrevistas foram limitadas por nova onda de COVID-19 no fim de 2021.

Resultados e Conclusão

Dos 126, foram coletados dados de prontuário eletrônico (PE) de 83 usuários, que tinham cadastro completo. Participaram 107 mulheres (84,9%) e 19 homens (15,1%), média de 39,7 anos de idade (DP 14,5; mín. 18 – máx. 72). 42,9% dos participantes esperaram de 30 a 60 min para atendimento médico e para 69% a pandemia interferiu nesse tempo. 78,6% acreditam não haver médicos suficientes para garantir bons atendimentos durante a pandemia. 16,7% responderam que distanciamento, máscaras e protetores faciais interferiram nas consultas. 53,2% avaliaram como “muito bom” os atendimentos recebidos. Dentre os dados de PE dos 83 selecionados, 70 eram mulheres e 13 homens. O número médio de consultas no período foi de 4,42 (DP 4,12; mín. 0 – máx. 17). Sobre os grupos de códigos CID10 de motivos de consulta no PE, os mais frequentes foram quanto a sintomas respiratórios e casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 (11%), seguidos de pré-natal (8,5%), dor aguda (8,1%), hipertensão (7%), consultas gerais (5,9%), repetição de prescrição (5,9%) e ansiedade/depressão (4.8%). Não houve consulta de puericultura, odontológica ou ginecológica. A média de vezes que cada usuário recebeu medicações no período foi 9,33 (DP 8,24; mín. 0 – máx. 38). Percebe-se priorização de queixas agudas, manutenção de consultas eletivas de apenas alguns programas populacionais, além da liberação de medicamentos de uso contínuo. Apesar da sobrecarga nas UBS e mudanças no trabalho dos profissionais de saúde pela pandemia, as consultas médicas mantiveram a qualidade na ótica dos usuários. Os resultados podem ser utilizados para melhorar a assistência aos usuários de UBS em possíveis futuras situações de crise.

Palavras-chave

COVID-19. Atenção Primária. Avaliação em Saúde.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Lourrany Borges Costa, Leonardo de Albuquerque Rocha, Sarah Almeida Sales de Oliveira, José Victor de Souza Barreira, Fernanda Machado Faria, Letícia Pinheiro Pontes, Ingrid Fernandes Vasconcelos, João Vitor Chagas Freitas, Vítor Nascimento Malheiro, Iana Vitória Araújo Marques, Gustavo Marques Fernandes Bezerra