Dados do Trabalho
Título
Identificação molecular e perfil de suscetibilidade aos antifúngicos de isolados clínicos de Sporothrix spp. oriundos de pacientes com esporotricose humana de transmissão não zoonótica atendidos no Instituto Nacional de infectologia Evandro Chagas/
Introdução
A esporotricose é uma micose subcutânea de distribuição mundial causada pelo
fungo dimórfico do gênero Sporothrix. Acomete pessoas expostas a plantas ou solo,
contudo, a transmissão zoonótica está relacionada à hiperendemia no Rio de
Janeiro. As principais espécies de importância médica são S. schenckii, S. globosa
(ambas de transmissão por via clássica) e S. brasiliensis (comumente associada a
transmissão zoonótica). Estudos direcionados ao grupo de pacientes que adquiriram
a infecção por transmissão não zoonótica no Rio de Janeiro são escassos. Não há
dados que comprovem se existem diferenças de espécie fúngica, além dos tipos de
formas clínicas, resposta terapêutica e o perfil de suscetibilidade aos antifúngicos
nesses pacientes.
Objetivo(s)
Descrever cinco casos de pacientes com esporotricose humana de transmissão não zoonótica; identificar
molecularmente os isolados clínicos e determinar o perfil de suscetibilidade aos antifúngicos.
Material e Métodos
Identificação molecular: Sequenciamento parcial do gene da calmodulina.
Teste de suscetibilidade aos antifúngicos in vitro: Método da microdiluição em caldo pelo Clinical and Laboratory Standards Institute
(CLSI, M38 - Ed3, 2017) onde os fármacos anfotericina B (ANF B), terbinafina (TRB), itraconazol (ITC), posaconazol (POS) e isavuconazol (ISA) foram avaliados.
Resultados e Conclusão
Quatro pacientes foram diagnosticados com a forma linfocutânea e um com a forma cutânea-fixa,
sendo quatro tratados com ITC e um com TRB. Quatro pacientes foram curados, exceto um com perda de
segmento. Dentre os isolados, S. brasiliensis foi a espécie identificada. Quanto ao
perfil de suscetibilidade, todos os isolados apresentaram valores baixos de
concentrações inibitórias mínimas (CIMs) para TRB (0,06 a 0,25 μg/mL). Entre os
azólicos, os valores foram semelhantes para ITC (0,5 a 8 μg/mL), POS (0,25 a 8
μg/mL) e ISA (1 a 8 μg/mL). Para ANF B, os valores variaram de 1 a 8 μg/mL. Vale
enfatizar que um isolado clínico apresentou valores elevados de CIMs para todos os
fármacos testados, sendo classificado de acordo com os pontos de corte
epidemiológicos como cepa tipo não-selvagem. Apesar do número reduzido de
isolados clínicos no nosso estudo, conclui-se que S. brasiliensis foi o único agente
etiológico encontrado entre os casos de esporotricose humana de transmissão não
zoonótica e o perfil de suscetibilidade aos antifúngicos foi variável, inclusive com um
isolado resistente aos principais fármacos usados no tratamento da esporotricose.
Palavras-chave
Esporotricose; Transmissão não zoonótica; Antifúngicos.
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Juliana Nahal Sanches - Silveira, Rowena Alves Coelho, Fernando Almeida - Silva, Rodrigo Almeida - Paes, Dayvison Francis Saraiva Freitas, Maria Clara Gutierrez - Galhardo, Maria Helena Galdino Figueiredo - Carvalho