Dados do Trabalho

Título

A possível subnotificação das doenças no DATASUS no ano de 2020 em comparação a 2019.

Introdução

A notificação das doenças ou dos agravos à saúde ao serviço sanitário é dever do profissional de saúde, em contrapartida, a subnotificação se configura como a ausência deste registro, sendo um problema crônico no Brasil, sobretudo nas regiões nordeste e norte. No estado do Pará, possivelmente agravada pelo contexto epidemiológico da pandemia da COVID-19, cuja atenção dos setores de saúde foi mais concentrada. Doenças de notificação compulsória, como a doença de chagas (DC), hepatites virais, malária, febre tifoide (TCV) tiveram a notificação afetada, assim como a promoção e a ação pública a partir desses dados.

Objetivo(s)

Identificar e analisar a subnotificação de doenças com notificação compulsória, no estado do Pará, no período de 2019-2020.

Material e Métodos

O estudo é descritivo, quantitativo, realizado por meio do banco de dados DATASUS em informações de saúde, nos dados de imunizações, o estado selecionado foi o Pará, na coluna foram escolhidos os casos confirmados e na linha, os anos de 2019. A seleção das doenças foi feita a partir da lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública, sendo quatro escolhidas para análise. Para a comparação, foi feita a diferença entre o ano de 2019 e 2020, em seguida, foi realizada a média entre as diferenças, para a análise geral das subnotificações das doenças apresentadas.

Resultados e Conclusão

Foi identificada a subnotificação de doenças durante o ano de 2020- possivelmente afetado pela pandemia da COVID-19- ao compará-lo com 2019. As hepatites virais, no ano de 2019, houve 780, e, em 2020, 280 casos confirmados, com uma diferença de 500 (64%) casos. A TCV, em 2019, apresentou 39 casos confirmados e em 2020, 3, com uma diferença de 36 (94%). Assim como para a DC, houve queda de 119 (53,87%) casos, haja vista que em 2019 houve 258 casos e em 2020, 139. Por fim, a diferença entre os casos confirmados de malária foi de 3 (75%), sendo em 2019, 4 casos, e em 2020, 1 caso. Portanto, houve uma média de subnotificação de 71,5% das doenças mencionadas em 2020. Logo, foi perceptível a subnotificação em 2020 em comparação à 2019 das hepatites virais, TCV, doença de chagas e malária, possivelmente associado à pandemia da COVID-19. Portanto, deve-se reforçar o esquema de vigilância em saúde e de notificações para essas patologias, para que a saúde pública supra todas as demais da população.

Palavras-chave

Atenção à Saúde; Notificação Compulsória; Subnotificação.