57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Pará: frequência de notificação no período de 2015 a 2020.

Introdução

A leishmaniose tegumentar americana é uma doença infecciosa causada por diferentes espécies de protozoários do gênero leishmania, sendo que, no Brasil, as mais comuns são: L. Amazonensis, L. braziliensis e L. (Viannia) guyanensis. A transmissão ao homem ocorre pela picada de mosquitos flebotomíneos ocasionando lesões características na pele e em cartilagens nasofaríngeas.

Objetivo(s)

Analisar a notificação de casos de leishmaniose tegumentar americana nos municípios paraenses entre os anos de 2015 a 2020.

Material e Métodos

A pesquisa realizou-se por meio da busca de dados secundários quantitativos e descritivos sobre a patologia presentes no Sistema de Notificação de Agravos e Doenças (SINAN) no período em questão.

Resultados e Conclusão

No período de 2015 a 2020, notificou-se um total de 17.886 casos de leishmaniose tegumentar americana no estado do Pará, sendo 20% dos casos no ano de 2015; 9% em 2016; 18% em 2017; 17,3% em 2018; 17,5% em 2019 e 16,9% em 2020. A maior frequência de casos registrou-se no sexo masculino, de forma crescente, 78,3%; 84,3%; 79,4%, 82,7% e 82,2% nos anos 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020, respectivamente. Quanto à idade, constatou-se que a doença afetou, em maior proporção, indivíduos com faixa etária de 20 a 39 anos, correspondendo a 50% do total de casos. Em relação à frequência de casos por município, destaca-se maior ocorrência de casos em Medicilândia com 4,7% do total de casos registrados entre 2015 a 2020, seguida por Uruará (4,2%), Portel (4,09%), Itaituba (4,06%) e Monte Alegre (3,2%). Conclui-se que a base do sistema econômico encontrado nesses municípios apresenta relação importante com a maior ocorrência da doença nessas regiões. O município de Medicilândia, por exemplo, desenvolveu-se como uma agrovila e possui uma forte produção cacaueira, local que permite a proliferação do mosquito vetor da patologia e pode estar relacionado ao elevado acometimento de indivíduos dessa região, principalmente homens na faixa etária de 20 a 39 anos que se encontram trabalhando nessa área e, consequentemente, encontram-se mais expostos à doença, o que pode justificar os dados obtidos,. Ademais, a falta de educação em saúde e a limitada busca por atendimento médico são pontos em comum entre os municípios listados que podem favorecer o elevado número de casos da doença na região.

Palavras-chave

Leishmaniose Tegumentar Americana; Flebotomíneos; Pará; Epidemiologia;

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Ana Paula das Mercês Costa Xerfan Negrão, Bruna Eduarda Veras da Silva, Thalita dos Santos Bastos, Julie Marie da Costa Sena, Waltair Maria Martins Pereira, Livya Barros da Silva, Camila Fernandes Caldato