Dados do Trabalho

Título

TRIAGEM DE BACTÉRIAS SIMBIONTES DE Mansonia humeralis COM ATIVIDADE LARVICIDA CONTRA Aedes aegypti

Introdução

O controle do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus Dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela é realizado, principalmente com inseticidas químicos sintéticos. Alternativas de controle biológico de menor impacto ambiental e maior seletividade têm sido estudados, citam-se bactérias dos gêneros Bacillus e Wolbachia. Nesse sentido, faz-se necessária a busca de novos microrganismos de ambientes aquáticos, com potencial alternativa de controle, especialmente aqueles associados a mosquitos vetores de doenças, como por exemplo, o Mansonia humeralis, que causa intensas picadas e incômodos aos humanos e a outros animais.

Objetivo(s)

Avaliar a atividade larvicida de isolados bacterianos intestinais de Ma. humeralis contra larvas de Ae. aegypti de Manaus, Amazonas, Brasil.

Material e Métodos

Em bioensaio seletivo, foram utilizadas 23 colônias bacterianas isoladas do intestino médio de fêmeas adultas de Ma. humeralis contra larvas de 3º estádio de Ae. aegypti, com base nos procedimentos experimentais da Organização Mundial da Saúde. Três réplicas de Ae. aegypti (colônia) para cada tratamento foram testadas. No controle negativo (CN) e controle positivo (CP) foram utilizadas água destilada e a cepa BtiBR101NA de Bacillus thuringiensis var. israelenses, respectivamente. As leituras ocorreram em intervalos de 24, 48 e 72 horas.

Resultados e Conclusão

Das 23 colônias bacterianas de Ma. humeralis testadas, duas linhagens (FD4LB e A1.2LB) apresentaram atividade larvicida contra Ae. aegypti. A FD4LB causou mortalidade de 23, 60 e 70%, nos tempos de 24, 48 e 72 horas, respectivamente. A cepa A1.2LB provocou letalidade de 17, 30 e 60% nos tempos de 24, 48 e 72 horas, respectivamente. A mortalidade de larvas foi de 100% no CP, e no CN não ocorreu mortalidade, em todos os intervalos. A triagem das 23 colônias bacterianas de Ma. humeralis revelou que as duas cepas (FD4LB e A1.2LB) têm atividade contra larvas de Ae. aegypti, com melhor resultado em 72 horas. Estes dados preliminares são promissores e requerem continuidade, por meio de bioensaios dessas cepas em outras fases do ciclo de vida de Ae. aegypti, para conhecimento do seu potencial no controle vetorial, além da caracterização dos metabólitos secundários produzidos por estas bactérias.

Palavras-chave

Bioensaio, Controle Biológico, Simbiose, Teste de mortalidade.