57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise espaçotemporal da infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus no Vale do Paraíba, São Paulo, 1986 a 2015

Introdução

Aedes aegypti e Aedes albopictus são espécies vetoras dos vírus da dengue e, mais recentemente, de outros arbovírus como chikungunya, zika e febre amarela urbana (Donalísio et al., 2017). Ao longo das últimas décadas, têm apresentado no mundo todo um aumento de dispersão, isto devido a uma multiplicidade de fatores. Entre eles, encontra-se o aumento da circulação de pessoas e a intensificação de atividades comerciais, aspectos que contribuem para o agravamento do cenário de risco da ocorrência de doenças, mesmo em regiões indenes. No estado de São Paulo, as atividades de vigilância de Ae. aegypti registraram, em 1986, infestação domiciliar em municípios situados na região noroeste do Estado. No ano seguinte, em área contraposta, região do Vale do Paraíba, leste de São Paulo, foi registrado o primeiro município infestado por Ae. albopictus

Objetivo(s)

Descrever a infestação dos municípios da região do Vale do Paraíba, São Paulo, pelos vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus, analisar suas densidades larvárias, sazonalidade, intensidade de infestação e correlação espacial

Material e Métodos

Para descrever a infestação, empregaram-se mapas de 1986 a 2015. Na análise da densidade larvária, os valores do índice de Breteau, obtidos no banco de dados da Superintendência de Controle de Endemias, foram avaliados pelo uso do teste de Wilcoxon. Para compreender a sazonalidade, foram calculadas suas respectivas médias aritméticas, por mês e ano. Na análise da distribuição espaçotemporal empregou o índice de Moran e o estimador de densidade de Kernel

Resultados e Conclusão

Os primeiros registros de municípios infestados por Ae. albopictus dataram de 1987, todos localizados às margens da rodovia Pres. Dutra (BR-116), no sentido Rio de Janeiro-São Paulo. Já por Ae. aegypti o tempo para infestação foi mais delongado, com início no ano de 2000 e localizado na região do médio Vale. Em 2015, 91,18% dos municípios encontravam-se infestados em coocorrência das espécies. O primeiro trimestre dos anos foi o período mais favorável para a abundância larval desses Stegomyia. Os valores médios de densidade larvária de Ae. aegypti foram maiores que aqueles verificados para Ae. albopictus (p=0,00). O índice de Moran indicou ausência de associação espacial e o estimador de Kernel mostrou “hotspots”, com pouca heterogeneidade espacial. A ausência de dependência espacial revelou que se faz necessário detalhar localmente as estratégias de controle

Palavras-chave

Aedes aegypti, Aedes albopictus, Controle, Vigilância, espaçotemporal

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Dalton Pereira Fonseca Jr, GIsela Rita Alvarenga Monteiro Marques, Lígia Leandro Nunes Serpa, Gerson Laurindo Barbosa, Júlio Cesar Voltolini, Eduardo Celso Gerbi Camargo, Antônio Miguel Vieira Monteiro