57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Distribuição espacial do coeficiente de mortalidade por doença de Chagas, na faixa etária de 0 a 49 anos e de 50 anos ou mais, Bahia, 2008 a 2018

Introdução

A doença de Chagas destaca-se como uma das quatro maiores causas de mortalidade por doenças infecto-parasitárias no Brasil com elevados coeficientes de mortalidade, o que evidencia a magnitude da doença, que acomete especialmente pessoas em situação de vulnerabilidade social. Destaca-se como um importante problema de saúde pública, sendo o Estado da Bahia uma das unidades federadas com maiores coeficientes de mortalidade pela doença.

Objetivo(s)

Analisar a distribuição dos coeficientes de mortalidade por doença de Chagas, segundo faixa etária, no período de 2008 a 2018, no estado da Bahia.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico descritivo, de série temporal, a partir dos óbitos pela doença registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), segundo causa básica ou associada, utilizando a categorização do Sistema de Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Para a análise dos dados, os coeficientes de mortalidade por doença de Chagas foram construídos, segundo causa básica ou associada, município de residência, faixa etária (0 a 49 anos e de 50 anos ou mais) e ano de ocorrência do óbito. No denominador utilizou-se a população estimada da mesma faixa etária e local de residência.

Resultados e Conclusão

O coeficiente de mortalidade por doença de Chagas na faixa etária de 0 a 49 anos variou de 1,10 óbitos, em 2008, para 0,49 óbitos por 100.000 habitantes em 2018, observando-se o maior coeficiente em 2011 (1,22 óbitos por 100.000 habitantes), com tendência a redução a partir de 2012. Para a faixa etária a partir de 50 anos, observou-se oscilação de 22,47 óbitos por 100.000 habitantes em 2008 para 20,74 óbitos em 2018, sendo ao ano de 2010, o de maior magnitude (22,54 óbitos por 100.000 habitantes). Embora tenha havido redução progressiva dos coeficientes no período de 2012 a 2016, em 2017 e 2018 retornaram a patamares semelhantes ao período anterior a 2012 (21,10 e 20,74 óbitos por 100.000 habitantes, respectivamente). A doença de Chagas é prevenível e apresenta protocolos estabelecidos, mas o estado da Bahia ainda registra elevada mortalidade, especialmente em pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, mas ainda em pessoas mais jovens, o que alerta para a necessidade de ações governamentais estruturantes, uma vez que as formas de transmissão da doença estão intimamente relacionadas às condições de vida e saúde da população. Além disso, estratégias de educação permanente devem ser implementadas, para suspeição, diagnóstico e acompanhamento dos casos.

Palavras-chave

Doença Tropical Negligenciada; Mortalidade.

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Cristiane Medeiros Moraes de Carvalho, Maria Aparecida Araújo Figueiredo, Gilmar Jose da Silva Ribeiro Júnior, Francisco S. Santana