Dados do Trabalho

Título

HANSENÍASE NO BAIXO TOCANTINS: UMA ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NA ÚLTIMA DÉCADA

Introdução

A Hanseníase integra o grupo de doenças consideradas endêmicas no estado do Pará, Brasil. A análise histórica da ocorrência dessa doença bacteriana remonta a prevalência de um tratamento segregacionista, pautado no isolamento e negligência dos indivíduos acometidos, bem como, uma visão popular marcada pelo preconceito. Apesar da progressão temporal e evolução da disponibilidade de tratamento e métodos de prevenção, o estado do Pará ainda tem índices elevados e o estigma social é vigente na atualidade. Desta forma, faz-se necessário perscrutar os territórios que apresentam maior vulnerabilidade e susceptibilidade à negligência do acesso a ações de saúde.

Objetivo(s)

Identificar o perfil epidemiológico dos portadores de Hanseníase na Região do Baixo Tocantins no Pará e associá-lo a fatores de risco dos aspectos regionais de cunho social e econômico.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo observacional, o qual utilizou os registros dos casos de Hanseníase na região paraense do Baixo Tocantins, nos anos de 2011 a 2020, obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para a realização de uma análise quantitativa e descritiva.

Resultados e Conclusão

Os dados reunidos denotaram a ocorrência de 2.149 casos na região tocantina durante o período considerado e no que tange às particularidades dos indivíduos infectados: 62,26% eram do sexo masculino; 20,14% tinha idade entre 30 e 39 anos; 76,22% eram pardos e 63,28% não possuíam nenhum nível educacional completo.
Logo, no contexto investigado, a infecção hansênica apresentava predomínio entre a população com condições socioeconômicas desfavorecidas, sobretudo em homens adultos pardos que dispõem de baixa escolaridade e residem em áreas periféricas. Assim, infere-se que a negligência dessa enfermidade está associada à marginalização da parcela populacional acometida, fato que perpetua um estigma deletério no que diz respeito a esse quadro clínico, ainda que já existam perspectivas positivas para o prognóstico dessa doença nos dias atuais.

Palavras-chave

Hanseníase; Epidemiologia; Estigma Social.