57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, PREDISPOSIÇÃO E AGRAVO DE CASOS DE TUBERCULOSE REGISTRADOS EM BELÉM, PARÁ, BRASIL

Introdução

Objetivo(s)

Delinear o perfil epidemiológico dos portadores de Tuberculose no município de Belém, assim como, associá-lo a aspectos predisponentes e agravantes das ocorrências tuberculínicas, propiciando suporte de vigilância para o controle dessa patologia.

Material e Métodos

Realizou-se um estudo observacional e transversal, por meio da utilização dos registros dos casos de Tuberculose na região belenense, entre os anos de 2001 a 2022, os quais foram obtidos através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Resultados e Conclusão

As informações coletadas apontam um total de 31.747, valor que corresponde a 35,83% dos casos no estado do Pará, sendo que 74,41% dessas ocorrências situam-se na zona urbana de Belém. Ademais, no que tange às características dos indivíduos acometidos: 47,32% apresentam idades entre 20 e 39 anos; 39,55% não possuem quaisquer níveis de escolaridade completos; 61,62% são do sexo masculino e 69,72% são pardos. Buscou-se, além disso, fatores predisponentes ao desenvolvimento tuberculínico, como a presença do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que foi positivo em 9,6% dos registros de Tuberculose, ainda que 45,78% das pessoas consideradas não tenham realizado teste de sorologia para esse vírus. Notou-se também a presença de fatores de agravo da doença, como a presença de Diabetes Mellitus - atrelada a 8,15% dos casos - e a presença de hábitos de vida prejudiciais, tais como tabagismo e alcoolismo, que correspondem a 4,55% e 8,96% do total, respectivamente. A predominância dos casos no âmbito urbano justifica-se pela concentração populacional nessa área e o perfil epidemiológico denota o maior acometimento de homens pardos jovens e de baixa escolaridade, indivíduos em situações socioeconomicamente desfavoráveis e com condições de vida inapropriadas, portanto, muito suscetíveis a doenças infectocontagiosas. A coinfecção Tuberculose-HIV é evidente, em razão do enfraquecimento imunológico provocado por esse acometimento sindrômico, tal relação seria ainda mais nítida nos dados se a realização de testes para detectar esse vírus fosse mais abrangente entre os indivíduos com Tuberculose. Por fim, a presença do Diabetes como comorbidade, bem como, de hábitos de vida prejudiciais potencializam a atuação bacteriana, contribuindo para o desenvolvimento do quadro clínico da doença em questão.

Palavras-chave

Tuberculose; Perfil epidemiológico; AIDS; Estilo de vida.

Área

Eixo 13 | Tuberculose e outras micobactérias

Autores

GABRIELLY CARVALHO LEÃO, ANA VITÓRIA SOARES DOS ANJOS, ANNA ELLVYRA ABREU NUNES, BÁRBARA EMELI SILVA E SILVA, EVELYN TEIXEIRA BORGES, JOÃO TÁSSIO BARROS FÉLIX, LUIZ HENRIQUE FROTA DE OLIVEIRA ZANOL, MARISSOL MIRANDA ALVES REIS, MAURÍCIO DAS NEVES PEREIRA, THAYANE THAIS PANTOJA FERREIRA, RODOLFO GOMES DO NASCIMENTO