Dados do Trabalho

Título

A MALÁRIA NO XINGU: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL

Introdução

As regiões tropicais do globo terrestre caracterizam-se por seus recursos naturais exuberantes e diversos, os quais sofrem com a incisiva interferência antrópica, cuja consequência evidente é a alteração da dinâmica ambiental. Nestas regiões, concentram-se as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN), as quais constituem um grupo de doenças crônicas debilitantes e, muitas vezes, estigmatizantes que afetam, sobretudo, grupos sociais mais vulneráveis. Dentre essas doenças, destaca-se a Malária, considerada uma das principais problemáticas de saúde do Brasil.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico da Malária, uma DTN relevante no estado do Pará, e associá-lo a aspectos socioambientais, propiciando suporte para vigilância de novos surtos da doença e fatores de risco atrelados a ela.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, quantitativo e descritivo, realizado a partir da coleta de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), para a determinação da ocorrência geográfica da patologia em questão, bem como, para as particularidades da população mais afetada, tomando como base a Região do Xingu, entre os anos de 2010 a 2020.

Resultados e Conclusão

As informações extraídas indicaram que, no que diz respeito à zona de ocorrência da doença, houve uma prevalência do âmbito urbano, com 63,63% dos casos notificados, embora a Malária seja típica de áreas próximas à floresta. No tocante às particularidades dos indivíduos infectados, observou-se que 72,72% era do sexo masculino; 36,36% tinha idade entre 20 e 39 anos; 63,63% eram pardos; 45,45% não possuíam nenhum nível de escolaridade completo.
Nesse viés, a localização dos casos pode ser justificada pela alteração da dinâmica campo-cidade a partir das transformações socioambientais vigentes, isto é, a intensa invasão humana do habitat natural do vetor da doença (mosquito do gênero Anopheles), tendo em vista que nesta região são notórios os impactos do desmatamento agrícola, assim como, da instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Ademais, o perfil dos indivíduos infectados indica a correlação da doença com as disparidades socioeconômicas existentes, fato característico de patologias marcadas pela indiligência.

Palavras-chave

Malária; Epidemiologia; Meio Ambiente.