Dados do Trabalho
Título
Avaliação da situação atual das populações brasileiras de Aedes aegypti frente ao biolarvicida espinosade
Introdução
O mosquito Aedes aegypti é um grave problema de saúde pública, uma vez que as fêmeas desse inseto podem transmitir arbovírus como dengue, Zika e chikungunya. O controle vetorial é visto como crucial na redução de arboviroses no Brasil. O uso de inseticidas exige o manejo da resistência a esses agentes. Natular 20EC é um biolavicida cujo componente ativo é o espinosade, que é gerado a partir da fermentação biológica da bactéria Saccharopolyspora spinosa e é eficaz no controle de várias larvas de insetos, incluindo o Aedes aegypti. O efeito do espinosade em populações brasileiras de Aedes aegypti foi investigado em 2015 e revelou que o produto era eficaz. Atualmente, um ano após a recomendação oficial do Ministério da Saúde como biolarvicida utilizado no controle do Aedes aegypti no Brasil, não se sabe como as populações do país estão reagindo a esse produto.
Objetivo(s)
Avaliar a suscetibilidade de populações brasileiras de Aedes aegypti ao biolarvicida espinosade.
Material e Métodos
Ovos de dez populações de Aedes aegypti, duas de cada região do Brasil, foram coletados como parte do projeto “Monitoramento da Resistência do Aedes aegypti a Inseticidas no Brasil” entre os anos de 2021 a 2022. No Laficave (IOC/Fiocruz), essas populações foram criadas para a produção de ovos da geração F1 a serem utilizadas nos ensaios. Rockefeller (linhagem de Aedes aegypti suscetível a inseticidas) foi usada em bioensaio tipo dose-resposta com o biolarvicida espinosade (Natular 20 EC - espinosade 20,6%). O registro de mortalidade foi realizado após 24 horas de exposição ao produto, assim, a concentração letal 99 (CL99) foi obtida. A dose diagnóstica foi então determinada (2x CL99). Em seguida, foram realizados bioensaios tipo dose diagnóstica de acordo com os critérios da OMS com a geração F1 das dez populações estudadas.
Resultados e Conclusão
A CL99 alcançada no bioensaio dose-resposta foi de 0,6 mg/L, e a dose diagnóstica foi de 1,2 mg/L. Todas as populações de campo foram suscetíveis ao espinosade, com 100% de mortalidade no ensaio dose diagnóstica. Após um ano de uso em campo, as populações de mosquitos permanecem suscetíveis ao espinosade. Vale salientar que o monitoramento regular da suscetibilidade a inseticidas é necessário para melhorar a tomada de decisões no controle de vetores. Além disso, a rotação de uso de inseticidas de classes diferentes é fundamental para evitar a seleção de resistência e a consequente perda de eficácia de um determinado produto.
Palavras-chave
Espinosade, Aedes aegypti, resistência, inseticida, biolarvicida
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Luciana dos Santos Dias, Ademir de Jesus Martins, José Bento Pereira Lima