Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DE VARIANTES DO GENE CCR2 EM POPULAÇÕES E POTENCIAIS MARCADORES MOLECULARES PARA FUTUROS ESTUDOS DE ASSOCIAÇÃO COM COVID-19

Introdução

Os sinais clínicos de COVID-19 variam de sintomas muito leves e moderados à sintomas graves que exigirão hospitalização. As quimiocinas inflamatórias podem ter papéis benéficos ou prejudiciais durante as infecções virais, e seu bloqueio pode fornecer uma abordagem terapêutica contra certos vírus. Elas exercem seus efeitos por meio da ligação a receptores de membrana específicos acoplados a proteína G. Estudos de associação, recentemente confirmaram a relação da COVID-19 grave com o lócus 3p21.31, que abriga vários genes, como por exemplo, o CCR9, o CXCR6, o CCR1, o CCR2 e o CCR5. O CCR2 promove a quimiotaxia de monócitos e macrófagos aos locais de inflamação.

Objetivo(s)

Investigar as variantes no gene CCR2 já descritas e mais prevalentes em grupos populacionais que formaram o perfil de contribuição genética miscigenada do povo brasileiro (africanos, europeus e asiáticos) e identificar as que já foram associadas com infecções virais podendo ser um potencial marcador genético de suscetibilidade à COVID-19.

Material e Métodos

Foi realizada pesquisa do CCR2 em um banco de dados público-1000 Genomes Phase 3. Um filtro foi aplicado para selecionar as variantes que apresentassem a frequência, do segundo alelo mais comum na população global, maiores que 1%. Em seguida, as variantes selecionadas foram investigadas no banco de dados NCBI para verificar quais já haviam sido associadas com infecção viral.

Resultados e Conclusão

Identificamos 26 variantes com frequência global variando de 0.013 (rs3918382) a 0.426 (rs3092961). Treze polimorfismos apresentaram frequência maior que 10% (rs1799864, rs34138562, rs3918364, rs3918363, rs3092962, rs3762823, rs3918361, rs743660, rs3092964, rs3092963, rs1799865, rs3138042 e rs3092961). O rs1799864 foi o único descrito com significado clínico. Este SNP foi identificado em todos os grupos formadores da população brasileira (Africanos 17%, Europeus 9%, Leste Asiático 21% e Sul Asiático 10%). Indivíduos com uma ou duas cópias do rs1799864 (A) tiveram um risco 58% menor de desenvolver AIDS durante os primeiros 4 anos após o teste positivo para HIV. Estudos recentes demonstraram aumento da expressão do MCP-1 no fluido de lavagem bronco-alveolar de pacientes com COVID-19 em ventilação mecânica. As concentrações de MCP-1 circulante estão associadas a doenças mais graves. Concluímos então que polimorfismos genéticos no gene CCR2 são potenciais marcadores a serem investigados em associação com a suscetibilidade à COVID-19.

Palavras-chave

COVID-19 e CCR2