Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO NÚMERO DE CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PARÁ, NOS ANOS DE 2015 A 2021

Introdução

A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pelo Treponema pallidum, transmitida por via sexual ou verticalmente. A transmissão vertical, apesar de ser prevenível, ainda apresenta elevados índices, sendo a falta de acesso à assistência ao pré-natal um dos principais fatores associados. A sífilis congênita, se não tratada ou com tratamento inadequado, pode ocasionar complicações agudas, causar sequelas e até a morte do feto.

Objetivo(s)

Descrever o número de casos de Sífilis Congênita no Estado do Pará, no período de 2015 a 2021.

Material e Métodos

Estudo observacional, descritivo e retrospectivo baseado nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sobre indivíduos diagnosticados com Sífilis Congênita até 12 anos, residentes nos municípios do Estado do Pará. Foram coletados dados sobre a incidência do número de casos, no período de janeiro/2015 a dezembro/2021.

Resultados e Conclusão

No estado do Pará, foram registrados 5.207 casos de sífilis congênita em crianças de até 12 anos de idade no período de 2015 a 2021. Houve um aumento crescente de casos até o ano de 2018, sendo 2019 o ano de maior impacto, com 945 notificações. O período de 2021, contudo, foi atípico, pois apresentou redução de 51,5 % quando comparado ao ano anterior. Observou-se, maior incidência em crianças com até 6 dias de vida, com um total de 5.007 casos no intervalo analisado. Além disso, o perfil de 4.212 notificações correspondeu a mães pardas, com escolaridade entre 5ª a 8ª série incompleta. Esses dados podem estar relacionados a fatores sociais, políticos e educacionais, como a falta de acesso das mães à assistência pré-natal, o relaxamento de medidas preventivas dos órgãos e instituições de saúde pública. Bem como, a não adesão ao tratamento do parceiro sexual, desconhecimento da população a respeito da doença, uso inadequado de antibióticos, baixas condições socioeconômicas e de escolaridade, além do uso de drogas.
Conclusão: Apesar da recente diminuição dos números de casos de sífilis congênita entre os anos selecionados, ainda são necessários investimentos na atenção das mães e seus parceiros, a fim de evitar novas sequelas e ampliar a prevenção de novos casos.

Palavras-chave

Epidemiologia; Saúde materno-infantil; Sífilis Congênita.