57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA E DESFECHOS OBSTÉTRICOS: UM ESTUDO COM GESTANTES POSITIVAS PARA COVID-19

Introdução

As alterações físico-imunológicas que ocorrem durante a gravidez predispõem as gestantes a maior suscetibilidade a infecções. Diante disso, muito especula-se sobre o impacto da pandemia da COVIID-19 nesse grupo populacional, bem como as complicações obstétricas que a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 pode ocasionar a mãe e ao neonato.

Objetivo(s)

Verificar a prevalência da infecção pelo vírus SARSCoV-2 e os desfechos obstétricos em gestantes internadas em um hospital universitário.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal retrospectivo realizado com gestantes internadas em um hospital universitário de uma capital do nordeste do Brasil, no período de março a dezembro de 2020. A coleta de dados ocorreu a partir dos prontuários e do software de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU). Os dados foram analisados de acordo com o local de internação das gestantes (clínica – CLIN e unidade de terapia intensiva – UTI) utilizando o programa estatístico Graph Prism versão 8.

Resultados e Conclusão

No período do estudo foram internadas 2960 gestantes (2940 na clínica e 20 na UTI). Dentre essas, 85 gestantes (idade média de 29,56±6,29 anos), foram positivas para SARS-CoV-2, representando prevalência de 2,87%, sendo que 75 ficaram internadas na CLIN e 10 na UTI. Aplicando o método do Risco Relativo de Fisher, calculou-se o risco de gestantes COVID-19 positivas serem admitidas na UTI e verificou-se que as mesmas possuíram 30,42% mais chances de serem admitidas na UTI do que as gestantes negativas para o vírus. O tipo de parto predominante foi a cesariana (66,67%) e 57,14% dos nascimentos foram a termo. Dentre os óbitos verificou-se 2,38% entre as gestantes e os óbitos neonatais representaram 5.81%. Não houve casos de transmissão vertical. No que diz respeito a comorbidades das gestantes constatou-se 41,67%, onde a obesidade foi a mais frequente (25,71%). Sobre as complicações obstétricas pode-se constatar transtornos na membrana e líquido amniótico (15,15%), ruptura prematura de membranas (12,12%) e pré-eclâmpsia (12,12%). Desta forma, os dados do presente estudo demonstram que as gestantes com COVD-19 possuem maior chance de necessitar de cuidados intensivos, bem como complicações obstétricas.

Palavras-chave

SARS-CoV-2; Gestação; Desfechos maternos.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

RAYNARA DA SILVA CALÍOPE , CARLA DÉA TRINDADE BARBOSA, MARIA FERNANDA LIMA BERTOLACCINI, GIOVANNA DA SILVA OLIVEIRA , ILKA KASSANDRA PEREIRA BELFORT, JAQUELINE GERMANO DE OLIVEIRA, ANDREA TEIXEIRA CARVALHO, SALLY CRISTINA MOUTINHO MONTEIRO