57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NO ESTADO DO PARÁ ENTRE 2016 E 2020

Introdução

A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida por fêmeas de flebotomíneos infectados, sendo o cão doméstico o principal reservatório da doença. Quando não instituído o tratamento, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.

Objetivo(s)

Traçar o perfil epidemiológico dos casos notificados de leishmaniose visceral no Pará no período de 2016 a 2020.

Material e Métodos

O presente estudo possui caráter epidemiológico, descritivo, retrospectivo, quantitativo e transversal. Os dados acerca dos casos de leishmaniose visceral no Pará entre 2016 e 2020 foram obtidos através do Sistema de Agravo de Notificações (SINAN), analisando as seguintes variáveis: Unidade Federativa (UF), ano da notificação, município, raça/cor, sexo, faixa etária, tipo de entrada, critério confirmatório e evolução.

Resultados e Conclusão

Durante o período analisado, o Pará foi o terceiro estado com a maior prevalência de leishmaniose visceral, totalizando 2011 casos (11,97%), sendo precedido apenas pelo Maranhão (17,23%) e por Minas Gerais (14,36%). O ano com maior quantidade de casos foi 2017 (27,99%), havendo uma redução significativa até o ano de 2020 (11,03%). Quanto ao município mais acometido, destacam-se Marabá (15,31%), Redenção (10,29%) e Parauapebas (8,55%). Dentre os indivíduos infectados, houve uma prevalência da raça parda (78,66%), do sexo masculino (62%) e da faixa etária de 1 a 4 anos (26,65%). No que tange ao tipo de entrada, a maioria é caracterizada como caso novo da doença (94,53%), tendo apenas 42 indivíduos com quadro de recidiva (2,08%). Ademais, o critério diagnóstico mais utilizado foi o laboratorial (91,34%). Por fim, 70,9% dos indivíduos evoluíram para a cura, enquanto 97 (4,82%) pacientes foram a óbito. Portanto, houve uma redução progressiva da notificação de casos de leishmaniose visceral entre os anos de 2017 a 2020, o que sugere um maior controle da doença. Os indivíduos mais afetados são do sexo masculino, provavelmente por maior exposição ao vetor, e crianças da faixa etária de 1 a 4 anos, em decorrência da maior susceptibilidade do sistema imunológico. Dessa forma, é perceptível a necessidade de mais estudos epidemiológicos para o direcionamento da criação e da execução de ações públicas, enfatizando medidas preventivas na atenção primária ou em campanhas, como o uso de repelentes, promoção do cuidado na exposição a ambientes suspeitos e uma maior vigilância aos seres caninos.

Palavras-chave

Leishmaniose Visceral; Leishmaniose; epidemiologia.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Letícia Lima Branco, Gabriela Fernandes Moreira Da Silva, Yzabela Jaques Pereira De Sousa, Luiz Fernando Leite da Silva Neto, Adriano Leitão Almeida, Rita de Cássia Silva De Oliveira