Dados do Trabalho
Título
AUTOMEDICAÇÃO E COVID-19: MOTIVOS PARA A PRÁTICA E FONTES DE INFORMAÇÃO UTILIZADAS
Introdução
A automedicação é caracterizada pela utilização de medicamentos sem a prescrição e a supervisão de um médico, dentista ou farmacêutico. Durante a pandemia da COVID-19, essa prática ganhou destaque devido às restrições instituídas para diminuir a propagação da doença.
Objetivo(s)
Avaliar quais os motivos para automedicação mais referidos pelos moradores da região metropolitana de Belém durante a pandemia de COVID-19, assim como quais fontes de informação foram mais utilizadas para a realização dessa prática.
Material e Métodos
O estudo possui caráter transversal e descritivo. A coleta de dados ocorreu por meio do envio de um questionário, via remota, para indivíduos maiores de 18 anos e que residem na região metropolitana de Belém. Foram incluídos todos os indivíduos que preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O envio dos formulários ocorreu entre os meses de março a maio de 2022, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados e Conclusão
Houve uma totalidade de 221 participantes na pesquisa e, destes, 54% se automedicaram durante a pandemia da COVID-19, com destaque ao sexo feminino (59,3%), ao plano de saúde privado (68,8%) e ao nível superior incompleto (51,1%). Ainda, 65,2% afirmaram que já praticavam a automedicação “as vezes” antes da pandemia, enquanto que durante a pandemia, 15,4% se automedicaram sempre que havia a ocorrência de sintomas. Entre os motivos para esta prática, destacam-se: a presença de familiares e/ou amigos que são profissionais da saúde (26,7%); o intuito de evitar se expor em ambientes de alto risco (23,5%); a dificuldade de marcar consultas médicas (22,6%) e a facilidade de obtenção de medicamentos (22,6%). Em relação à fonte mais usada, houve uma maior frequência da “experiência pessoal” (40,3%), a partir da automedicação em outras situações, e a experiência de conhecidos ou parentes próximos (38%). Portanto, nota-se que, devido às medidas restritivas implementadas na pandemia da COVID-19 e ao medo de se infectar pela doença, houve a valorização da experiência prévia e de amigos e/ou parentes na escolha de um tratamento para os sintomas apresentados pelos participantes. Ademais, essas restrições também dificultaram o acesso aos serviços de saúde, facilitando a prática da automedicação. Por fim, a facilidade em obter medicamentos de venda livre também influenciou na automedicação, o que demanda a criação de políticas públicas que informem a população quanto aos riscos dessa prática.
Palavras-chave
Automedicação; Coronavirus; Pandemias.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Letícia Lima Branco, Micaella Yanne Fender Lobato, José Felipe Teixeira Borges, Rita de Cássia Silva De Oliveira