57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

FATORES ASSOCIADOS AOS EVENTOS ADVERSOS GRAVES PÓS VACINAÇÃO CONTRA O SARS-COV-2 EM FORTALEZA-CE, 2021-2022

Introdução

Objetivo(s)

Caracterizar os fatores associados aos eventos adversos graves (EAG) pós vacinação contra o Sars-CoV-2 na cidade de Fortaleza-CE, de janeiro de 2021 a abril de 2022.

Material e Métodos

Estudo transversal analítico, realizado com dados de notificações de EAPVs obtidos do sistema de informação e-SUS Notifica. A análise foi realizada no programa STATA 15.1. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis, bem como as medidas de tendência central. As variáveis independentes foram sexo, faixa etária (≤18;19 a 29; 30 a 49; 50 a 69; 70 a 89; ≥90), cor da pele, dose aplicada e tipo de vacina. A variável dependente foi a gravidade dos EAPV. Foi aplicado o teste de Qui-quadrado de Pearson, com significância de 95%. Foram excluídas as notificações por erro de imunização.

Resultados e Conclusão

Um total de 1.076 notificações de EAPV covid-19 foram registrados. Destas, 147 (13,7%) foram classificados como eventos adversos graves (EAG). Desse total, 60,5% foram do sexo feminino, com mediana da idade de 44 anos (IIQ:31-61), de cor da pele parda (72,1%), que tomaram a primeira dose da vacina (82,3%), e vacinados com a Astrazeneca (51,0%). Entre as reações mais frequentes estavam, a febre (32,0%), dispneia (27,9%), tosse (26,5%), e cefaleia (9,5%). Dentre as menos frequente foram observadas, paralisia de Bell (0,7%), recusa alimentar (0,7%), pericardite (0,7%) e hipertensão (0,7%). Cerca de 64,6% procuraram atendimento médico. O óbito ocorreu em 70,1%, porém esses óbitos foram classificados com causalidade inconsistente ou coincidente (eventos causados por outro(s) motivo(s) que não a vacina). Houve associação estatística com faixa etária (p<0,001), com prevalência maior com o avançar da idade, principalmente na faixa etária acima de 90 anos (RP:18,9; IC95%: 11,3- 31,8). O número de doses aplicadas também apresentou significância estatística (p=0,009), e a prevalência de ter EAG foi menor naqueles que imunizados com a 3ª dose (RP:0,7; IC95%: 0,04-0,67).A maioria dos EAG não estiveram diretamente relacionados à vacinação, e a idade avançada apresentou maior prevalência para o EAG, enquanto os EAG apresentaram menor prevalência com o aumento na quantidade da doses.

Palavras-chave

COVID-19; Eventos adversos; Vacina contra o SARS-CoV-2;Vigilância epidemiológica; Estudos Transversais

Área

Eixo 05 | Imunizações/ Saúde do viajante

Autores

Patrícia Pereira Lima Barbosa, Ana Maria Peixoto Cabral Maia, Andressa Lima Alves, Antônio Silva Lima Neto, Carlos Henrique Alencar