57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES DIETAS PARA CRIAÇÃO DE IMATUROS DE Mansonia humeralis (DIPTERA: CULICIDAE) EM LABORATÓRIO.

Introdução

O mosquito do gênero Mansonia sp, conhecido por ser vetor da encefalite, é considerado um bioindicador de ambientes alterados pela ação antrópica. A instalação de duas usinas hidrelétricas culminou no aumento da densidade desse mosquito no estado de Rondônia. Apesar de, até o presente momento, não se ter registro de nenhuma arbovirose transmitida, por esse vetor, no Brasil, há estudos relacionado ao seu potencial vetorial na transição das arboviroses Mayaro e Dengue. Há uma grande dificuldade de criação desse potencial vetor em laboratório devido à carência de estudos relacionados a sua biologia e ecologia.

Objetivo(s)

Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar diferentes tipos de alimentação e o uso de Pistia stratiotes como substrato de fixação, no desenvolvimento de imaturos de Mansonia humeralis.

Material e Métodos

Para isso, foram utilizadas duas Pistia stratiotes de médio porte e três tipos de alimentação: (i) ração diluída; (ii) ração diluída e polvilhada; e (iii) ração diluída, polvilha e fermento biológico. Para a Alimentação diluída foi realizada uma mistura de 250 ml de água filtrada e 4 g de ração de peixe Tetra Marine® Flakes triturada, ofertada diariamente 2,5 ml para L1 e L2 e 5 ml para L3 e L4. Para a alimentação polvilhada foi oferecido 0,020 g de ração triturada a cada 4 dias independente do estádio de desenvolvimento. Para a alimentação a base de fermento biológico foi ofertada 2 ml a cada 4 dias, de uma diluição de 100 ml contendo 1 g de fermento biológico (Saccharomyces cerevisiae). A água dos recipientes foi trocada a cada 4 dias e as plantas a cada 8. Foram inseridas 200 larvas/potes (n=15), em 1400 ml de água filtrada.

Resultados e Conclusão

A mortalidade larval foi consideravelmente maior na dieta de ração diluída com polvilhada, ao contrário das demais que se permaneceu progressiva. O tempo de desenvolvimento foi maior na alimentação envolvendo apenas ração diluída, em relação aos demais tratamentos que surgiram após 25 dias do início do experimento. A taxa de pupação foi maior na dieta com adição de fermento biológico, ao contrário da taxa de emersão onde se obteve mais adultos com a ração diluída, somente, ofertada. A fecundidade foi relativamente estável nos tratamentos. A utilização de fermento biológico surtiu bastante efeito no tempo de desenvolvimento e na taxa de pupação, porém nada tão superior que as demais alimentações e, de forma geral, não houve melhoria na mortalidade dos imaturos desse mosquito.

Palavras-chave

Alimentação, Mansoniini, Macrófitas e Mosquito.

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Francisco Junior Oliveira Lima , Amanda Nonato Santos, Alexandre Almeida Silva