Dados do Trabalho
Título
Análise dos Casos de Monkeypox, segundo varáveis demográficas, clínicas e epidemiológicas, Serviço de Epidemiologia, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, 2022
Introdução
Em 1958 foi identificado o vírus Monkeypox (MPXV) em macacos, e em 1970 os primeiros casos em humanos foram registrados. O vírus pertence ao gênero orthopoxvirus e à família Poxviridae, gênero semelhante à varíola, doença erradicada no mundo em 1980, após esforço global de vacinação e de ações de vigilância epidemiológica. Desde maio de 2022, casos humanos da varíola causada pelo vírus MPXV foram registrados em vários países, e o primeiro caso confirmado no Brasil foi atendido no Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) no início de junho.
Objetivo(s)
Descrever o perfil sociodemográfico e clínico-epidemiológico dos casos confirmados da varíola por MPXV notificados no IIER até a semana epidemiológica 32 de 2022.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional e descritivo. Foram utilizados os registros de notificação do sistema de informação online CeVeSP (Central de Vigilância de Emergência em Saúde Pública), da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Os dados coletados foram analisados no software Microsoft Excel 2010.
Resultados e Conclusão
Até a SE 32 (até 13/08) foram notificados 720 casos suspeitos no IIER, com 602 casos (83,6%) confirmados laboratorialmente varíola por MPXV por RT-PCR . Os casos confirmados foram em sua maioria, homens (n=599; 99,5%) e residentes no município de São Paulo (n=536; 89,0%). A idade média dos casos foi de 34,7 anos, com predomínio de 30-39 anos (49,7%). Em relação a raça/cor, 326 casos eram brancos (54,2%), 153 pretos/pardos (25,4%), 119 ignorada (19,8%). Em relação às características clínico-epidemiológicas, 34 apresentavam histórico de viagem (5,6%), 160 apresentavam contato com caso suspeito/provável/confirmado de MPXV (26,6%), 142 referiram múltiplas exposições sexuais (23,6%), 342 referiram ser homens que fazem sexo com homens (56,8%), 12 homens que fazem sexo com homens e mulheres e 246 com informação ignorada (40,9%). O quadro clínico foi variável, com as seguintes manifestações: febre (n=293; 48,7%), adenomegalia (n=210; 34,9%), mialgia (n=136; 22,6%), astenia/fraqueza (n=103; 17,1%) e cefaléia (n=79; 13,1%). Em relação às lesões cutâneas, 333 apresentavam lesões vesiculares (55,3%), 214 crostas (35,5%), 203 pústulas (33,7%), 173 pápulas (28,7%) e 65 máculas (10,8%) e 32 sem informação (5,3%). O estudo revelou a importância da investigação epidemiológica dos casos, a fim de contribuir para qualificar as ações de vigilância e controle.
Palavras-chave
Monkeypox; vigilância epidemiológica; investigação epidemiológica;
Área
Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Ana Freitas Ribeiro, Roberta Figueiredo Cavalin, Aparecida Mei M. Klimas, Andrea Mathias Losacco, , Marcia Aparecida dos S. Gouveia, Ricardo Ana Manfredo, Marileide Januária de Vasconcelos, Jamal M.A. Hamid Suleiman, Francisco Vanin Pascalicchio, Angélica Bulcão P. Lindoso