57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PAPEL DAS PLA2S ISOLADAS DA PEÇONHA DE Bothrops jararacussu SOBRE ATIVAÇÃO DO INFLAMASSOMA NLRP3 EM CÉLULAS MONONUCLEARES DO SANGUE PERIFÉRICO HUMANO.

Introdução

:As fosfolipases A2 (PLA2s) são proteínas abundantes na peçonha de serpentes do gênero Bothrops e possuem um papel importante na reação inflamatória e na ativação leucocitária principalmente por monócitos e linfócitos. O inflamassoma NLRP3 é um complexo multiproteico, presente nas células do sistema imune, ativado por estímulos como padrões moleculares associados à patógenos (PAMPs) e padrões moleculares associados à danos (DAMPs). A ação das PLA2s, frente às células mononucleares do sangue periférico humano (PBMCs) ainda não está bem elucidada.

Objetivo(s)

O presente estudo objetivou avaliar o papel das PLA2s (BthTX-I Lys49) ou (BthTX-II Asp49) do veneno da serpente Bothorps jararacussu sobre ativação do inflamassoma NLRP3 em células mononucleares do sangue periférico.

Material e Métodos

testes de viabilidade com 7AAD,a expressão gênica de NLRP3, Caspase-1, ASC, IL-1β e GAPDH , foi realizada por RT-qPCR (1h). Além disso, a expressão proteica de NLRP3, Caspase-1, ASC, da gasdermina D (GSDMD) e da β-actina, foi verificada por Western Blot, assim como liberação de IL-1β por EIA. A morte celular por piroptose foi verificada, por dosagem de LDH.

Resultados e Conclusão

Os resultados evidenciaram que nas concentrações de 5 e 10 μg/mL não houve morte celular. Os resultados mostraram expressão gênica relativa significativa quando comparada ao controle GAPDH dos genes para NLRP3, ASC, Caspase-1 e IL-6 em 1 hora e, de IL-1β, em 2 horas. A expressão proteica foi realizada após 4 horas de estímulo das PBMCs e os resultados obtidos mostram expressão das proteínas do complexo inflamassoma NLRP3 e da GSDMD. Em seguida, para verificar a morte celular dependente da ativação de caspase-1, piroptose, foi realizada a dosagem de LDH no sobrenadante das PBMCs após 4 e 6 horas. A liberação de LDH ocorreu em 6 horas, bem como a expressão de GSDMD, sugerindo que a liberação dessa molécula ocorre devido a formação de poros na membrana, consequência da piroptose. Tomados em conjunto, os dados obtidos mostram que as PLA2s, BthTX-I e BthTX-II, isoladas do veneno de Bothrops jararacussu, ativam o complexo do inflamassoma NLRP3 culminando com a formação de poros na membrana por ativação da GSDMD em PBMCS humano contribuindo para a resposta inflamatória observada nos envenenamentos por essa serpente.

Palavras-chave

Bothrops jararacussu, PLA2s, PBMCs, inflamassoma NLRP3.

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Milena Daniela Souza Silva, Jéssica Amaral Lopes, Mauro Valentino Paloschi, Charles Nunes Boeno, Cristina Matiele Alves Rego, Hallison Mota Santana, Valdison Pereira dos Reis, Suzanne Nery Serrath, Sulamita da Silva Setúbal, Andreimar Martins Soares, Juliana Pavan Zuliani