57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Mapeamento e distribuição espacial da leishmaniose tegumentar americana desde a década de 60 até os dias atuais no laboratório de leishmanioses ‘Prof. Dr. Ralph Lainson’, Instituto Evandro Chagas

Introdução

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma das cinco doenças infectoparasitárias endêmicas de maior significância para a saúde pública no mundo e está presente em todas as unidades federativas do Brasil. O Estado do Pará, na Amazônia brasileira, tem a maior diversidade de espécies de Leishmania dermotrópicas com elevados índices endêmicos.

Objetivo(s)

Mapear a distribuição espacial das espécies de Leishmania de 1969 a 2021.

Material e Métodos

Este estudo, do tipo observacional, foi realizado com base nos dados de registro de pacientes atendidos no laboratório de leishmanioses "Prof. Dr. Ralph Lainson” do Instituto Evandro Chagas (IEC/SCTIE/MS), no período de 1969 a 2021, constando apenas os casos isolados no criobanco do laboratório. A partir destes dados e utilizando o software SIG QGIS, foram produzidos mapas da distribuição de cada espécie de Leishmania presente no Estado do Pará - L. (V.) braziliensis, L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi, L. (V.) shawi, L. (V.) guyanensis, L. (V.) lindenbergi e L. (L.) amazonensis - conforme os prováveis locais de infecção.

Resultados e Conclusão

Dos 224 casos analisados, dispersos em 71 municípios, encontrou-se: 32 casos (14,28%) de L. (V.) braziliensis, distribuídos em 14 municípios, com maior prevalência no sudeste paraense, no município de Paragominas; 12 casos (5,35%) de L. (V.) lainsoni, distribuídos em 11 municípios, com maior prevalência nas mesorregiões nordeste do Pará e Metropolitana de Belém; 1 caso apenas (0,44%) de L. (V.) naiffi, presente em Óbidos, na mesorregião do Baixo Amazonas; 36 casos (16,07%) de L. (V.) shawi, distribuído em 21 municípios, com maior prevalência no sudeste paraense, nos municípios de Paragominas e Ulianópolis; 8 casos (3,57%) de L. (V.) guyanensis, distribuídos em Monte Dourado, Óbidos e Santarém (Baixo Amazonas); 112 casos (52,2%) de L. (L.) amazonensis, distribuído em 53 municípios, com maior prevalência no nordeste do estado, nos municípios de Viseu e Tailândia; 17 casos (7,58%) de L. (V.) lindenbergi, distribuído em 6 municípios, com maior prevalência na região Metropolitana de Belém (Benevides e Belém). Com relação à distribuição da LTA nas mesorregiões do Pará, observou-se: 50,44% no nordeste; 8,48% no Baixo Amazonas; 2,23% no Marajó; 15,62% na região Metropolitana de Belém; 21,42% no sudeste paraense; 1,78% no sudoeste paraense.
O estudo mostrou que os casos mais frequentes são ocasionados pela L. amazonensis e que a LTA afeta todas as nas mesorregiões do Pará.

Palavras-chave

Leishmaniose Tegumentar, Mapeamento em Saúde, Geoprocessamento

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Leila Dias da Costa, Ádria de Oliveira Castro, Adriel Leal Nóbile, Luciana do Rêgo Lima Queiroz, Thiago Vasconcelos dos Santos, Marliane Batista Campos, Fernando Tobias Silveira, Patrícia Karla Santos Ramos