Dados do Trabalho

Título

Panorama das epizootias de esporotricose e implementação da notificação compulsória no estado do Paraná.

Introdução

A esporotricose é uma zoonose causada por fungos do gênero Sporothrix. O principal reservatório da espécie Sporothrix brasiliensis é o gato doméstico contaminado e a enzootia pode preceder a ocorrência de casos em humanos. O agravo tem sido negligenciado e subnotificado, já que há dificuldade no diagnóstico pelos procedimentos de rotinas, baixa mortalidade, evolução crônica, o que pode levar a erro dos possíveis casos, mascarando a sua epidemiologia.

Objetivo(s)

A esporotricose animal não gera obrigatoriedade de notificação no âmbito federal e, por conseguinte, não se tem a informação necessária para medir a magnitude do agravo. O estado do Paraná é composto por 399 municípios, os quais estão divididos em 22
Regionais de Saúde (RS), tendo cada uma dessas a competência de atuar na vigilância dos agravos de sua respectiva região. Várias doenças vêm sendo notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), gerando informações, inclusive as
zoonoses de interesse em saúde pública. Nesse contexto, no Paraná, foi implantada a resolução nº 093/2022 que define a esporotricose humana e animal como doenças de interesse estadual e de notificação compulsória em todo o território estadual. Tal medida mostrou-se necessária, considerando a relevância epidemiológica com ocorrências de casos autóctones no Paraná de humanos, gatos e até mesmo cães.

Material e Métodos

As informações foram obtidas por meio do banco de dados das fichas do SINAN-net Epizootias e os resultados laboratoriais no Gerenciador de Ambiente Laboratorial – GAL, módulo Animal.

Resultados e Conclusão

Dentro do período de 2018 a 2022, há um total de 1942 notificações de animais para esporotricose e 264 casos confirmados laboratorialmente pelos dados do Laboratório Central do Estado (LACEN-PR). Vale dizer que as Regionais com maiores números de casos de animais, em ordem decrescente, são: 2ª RS Metropolitana n. 1673 (86,15%), 9ª RS de Foz do Iguaçu n. 253 (13,03%), 3ª RS de Ponta Grossa n. 11 (0,57%), 20ª RS de Toledo n. 2 (0,10%), 10ª RS de Cascavel n. 1 (0,05%), 15ª RS de Maringá n. 1 (0,05%) e 1ª RS de Paranaguá n. 1 (0,05%), totalizando 16 municípios. Considerando os dados relevantes epidemiológicos atuais, a detecção precoce e a notificação na suspeita dos casos de gatos e de cães se mostram fundamentais para promover ações de orientação para prevenção e controle da zoonose, bem como se ter uma maior magnitude do agravo no estado, a fim de, em sendo o caso, subsidiar eventuais políticas públicas.

Palavras-chave

esporotricose, epizootias, notificação