Dados do Trabalho

Título

EVIDÊNCIAS SOBRE A INTERAÇÃO INTRIGANTE DE Leishmania (L.) amazonenses COM A RESPOSTA IMUNE DE CÉLULAS T NA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA

Introdução

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença causada por espécies de Leishmania pertencentes aos subgêneros Viannia, Leishmania e Mundinia amplamente distribuídas na América Latina. No Brasil, sete espécies de Leishmania têm sido implicadas na LTA, das quais L. (L.) amazonensis pode dar origem a um amplo espectro clínico-imunopatológico que vai desde a leishmaniose cutânea localizada (LCL: IDRM±/TCD4+<TCD8+/Th1>Th2), que geralmente responde bem à terapia com antimônio, em relação à leishmaniose cutânea disseminada borderline (BDCL: IDRM-/TCD4+<TCD8+/Th1≥Th2), que requer o dobro do regime de antimônio da terapia LCL para curar e, leishmaniose cutânea difusa anérgica (LCAD:IDRM-/TCD4+<TCD8+/Th1<Th2), que é marcado pela resistência a qualquer tipo de quimioterapia. Desta forma, parece claro que a infecção humana por L. (L.) amazonensis é modulada por diferentes graus de imunossupressão específica de células T a partir da forma LCL (IDRM ±/Th1>Th2), passando pela LCDB (IDRM-/Th1≥Th2) e indo para a LCAD (IDRM-/Th1<Th2).

Objetivo(s)

Avaliar evolução clínico-imunológica de três casos de LCL por L. (L.) amazonensis atendidos no laboratório de leishmaniose "Ralph Lainson", no “Instituto Evandro Chagas”, Pará, Brasil.

Material e Métodos

Foi realizado diagnóstico laboratorial por pesquisa do parasito em lesões de pele, com isolamento e caracterização específica do parasito por biologia molecular (PCR-RFLP), orientado tratamento com antimoniato de meglumina (15mgSBv/kg/peso, 25 dias cada série/duas séries com intervalo de sete a dez dias) e submetidos novamente a IDRM após término da terapia. Um dos paciente recusou a terapia e foi reexaminado um ano após a primeira avaliação e os outros dois foram reexaminados dez dias após o segundo curso de terapia, quando foram novamente desafiados por IDRM.

Resultados e Conclusão

Os casos apresentavam lesão única cutânea infiltrada, evoluindo de dois a quatro meses. Parasitológico positivo e a espécie Leishmania (L.) amazonensis. O paciente que recusou tratamento teve cura espontanea cerca de 6m após o diagnóstico e os demais apresentaram cura clinica após término do tratamento. Em nenhum dos casos houve conversão da reatividade da IDRM. Os presentes resultados, embora tenham sido baseados na observação de apenas três casos de LCL por L. (L.) amazonensis [tendo em vista a baixa frequência (2-4%) de LCL por L. (L.) amazonensis, bem como a dificuldade de realizar IDRM em pacientes previamente curados], revelam quão intrigantes e complexos são os mecanismos de escape de L. (L.) amazonensis da resposta imune de células T na LTA, mesmo que os pacientes tenham conseguido curar a doença.

Palavras-chave

leishmaniose tegumentar Americana Leishmania (L.) amazonensis, célula T

Área

Eixo 06 | Protozooses