Dados do Trabalho
Título
RESISTÊNCIA AO TRATAMENTO DA ESPOROTRICOSE COM ITRACONAZOL
Objetivos(s)
A esporotricose é uma micose subcutânea, subaguda ou crônica, causada por espécies do gênero Sporothrix, com distribuição mundial e grande espectro clínico. O relato tem como objetivo identificar os aspectos epidemiológicos, as características clínicas e evolução de paciente com esporotricose tratada com itraconazol em ambulatório de Dermatologia.
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 22 anos, médica veterinária, apresentava história de arranhadura de gato em mão esquerda com surgimento de nódulos em primeiro quirodáctilo e punho esquerdos que evoluíram com ulceração e drenagem de secreção purulenta. Posteriormente, os nódulos ascenderam em faixa de disposição linfática até o braço esquerdo. sem linfonodos palpáveis. Devido suspeita clinico-epidemiológica de esporotricose foi solicitado biópsia de pele para histopatológico e para cultura de fungos, ambos vieram positivos. Iniciado tratamento com Itraconazol 100mg- 2 comp/dia e acompanhamento mensal. A paciente evoluiu após um mês com piora das lesões com formação de úlceras e infecção secundária tratada com antibioticoterapia, sem melhora. Após isso, a dose de itraconazol foi aumentada para 400mg/dia havendo regressão de algumas lesões, porém com surgimento de novas. Sem resposta terapêutica adequada mesmo após 4 meses de tratamento, o itraconazol foi trocado por solução saturada de iodeto de potássio. E, após três meses do uso, houve a cura clínica ficando apenas áreas de hipocromia em membro superior esquerdo. A paciente recebeu alta após um ano e três meses de seguimento.
Conclusão
O gato passou a ser a principal causa de transmissão de esporotricose para humanos, sendo os profissionais veterinários, as pessoas mais susceptíveis a contrair a infecção, em que a forma linfocutânea é a mais comum, assim como no presente relato. Atualmente, o tratamento de escolha para a esporotricose é o uso de itraconazol, com doses variando de 100-400mg/dia e mantido por um mês após a cura clínica. O itraconazol é um antifúngico com boa distribuição, menor toxicidade e o mais recomendado no tratamento. Entretanto, diversos estudos vêm demonstrando a resistência ao itraconazol. Com isso, outras alternativas de tratamento devem ser empregadas, como iodeto de potássio, terbinafina, anfotericina-B, posaconazol e até remoção cirúrgica. Portanto, o relato serve de alerta para a possibilidade de resistência ao itraconazol e a necessidade de se conhecer outras opções terapêuticas para a cura da esporotricose.
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Jéssica Pacheco Leal, Letìcia Rezende da Silva Sobral, Adriana Aila Rocha Araújo, Ingrid Correa da Silva, Camila Rocha de Araújo, Carla Andréa Avelar Pires, Francisca Regina Oliveira Carneiro