57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ACIDENTES COM ESCORPIÕES NA CIDADE DO RECIFE DE 2017 A 2020

Introdução

A vigilância epidemiológica do escorpionismo iniciou-se a partir de 1988 quando os dados de acidentes escorpiônicos passaram a ser coletados pelo Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos, do Ministério da Saúde. No entanto, casos ainda são subnotificados e caracterizam um problema de saúde pública no Brasil não apenas de ordem médica, mas também econômica e social.

Objetivo(s)

Objetivou-se avaliar o perfil epidemiológico dos casos de acidentes por escorpiões ocorridos na cidade do Recife, no período compreendido entre os anos de 2017 a 2020.

Material e Métodos

Os dados foram obtidos a partir do registro de fichas de investigação epidemiológica de acidentes por animais peçonhentos notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) entre os anos de 2017 a 2020. Como variáveis consideraram-se as características sociodemográficas, aspectos epidemiológicos e características clínicas do acidente. A base de dados foi criada utilizando-se o software TABWIN e para tabulação foi utilizado o software Microsoft Excel® excluindo-se as variáveis de identificação dos indivíduos, duplicidades, inconsistências e casos ocorridos fora do Recife. A análise espacial foi realizada com auxílio do software ArqGis 9.1.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 8.506 casos. A faixa etária mais afetada foi de 20 a 34 anos (18,3%). O sexo feminino foi o mais atingido (59,4%). A raça parda foi a mais observada dentre os casos com 17% e 78,9% das notificações a variável foi ignorada. A escolaridade foi ignorada em 76,5% dos casos e o ensino fundamental incompleto representou o maior percentual (3%). Em 43,8% dos casos, os pacientes foram atendidos na primeira hora após o acidente e 90,5% dos casos foram leves, 98,9% evoluíram para cura. No período estudado não houve registro de óbito por escorpionismo. Ibura e Cohab, foram os bairros mais afetados com o total de 1.172 (13,8%) e 856 (10,1%) casos, respectivamente. O elevado número de acidentes escorpiônicos no período estudado sugere que a cidade do Recife é uma área endêmica para o agravo, destacando-se a importância da elaboração de estratégias de controle e prevenção de acidentes por estes artrópodes. A subnotificação dos casos representa um problema para vigilância e planejamento das ações para prevenção e controle do escorpionismo.

Palavras-chave

escorpionismo, vigilância epidemiológica, saúde pública

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Francisco Duarte Farias Bezerra, Giselle Ramos da Silva, Nathália Alves Castro do Amaral, Raylene Medeiros Ferreira Costa, Verônica Santos Barbosa, Laysa Lindaura Lau Rocha Cordeiro, Silvana Gomes Leal, Verônica Izabel de Brito Alencar, Mariluce de Lima Melo, Thália Soares da Silva