Dados do Trabalho

Título

Febre do Nilo Ocidental no Paraná: análise da ocorrência de epizootia e risco de casos em humanos em Porecatu/PR no ano de 2021

Introdução

A Febre do Nilo Ocidental é uma arbovirose transmitida a aves silvestres que contribuem para sua disseminação territorial, com posterior infecção de equinos e seres humanos. Em suas formas graves, acomete o sistema nervoso causando meningite, encefalite e até a morte. No Brasil, as primeiras evidências da presença do vírus são de 2009 e desde então já foi caracterizado em diversas regiões do país, sendo a primeira ocorrência no Paraná registrada em julho 2021 a partir do óbito de um muar em Porecatu, região norte do estado na divisa com São Paulo.

Objetivo(s)

O presente trabalho buscou de analisar os dados da investigação de casos suspeitos ou prováveis na região de Porecatu, Paraná, em 2021

Material e Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal, baseado na investigação de campo conduzida a partir da notificação do caso que levou a coleta de amostras em setembro de 2021 em propriedades adjacentes ao caso índice e a análise laboratorial de casos suspeitos de arboviroses em humanos com resultados negativos para Dengue, Zika, Chikungunya ou Febre Amarela ocorridos na região de março a setembro de 2021, selecionados de forma probabilística induzida pela sintomatologia notificada. As análises laboratoriais foram conduzidas pelo Laboratório Central do Estado em parceria com as referências nacionais. Os dados foram descritos e analisados por meio de medidas de ocorrência.

Resultados e Conclusão

Na estratégia de busca ativa direta, foram visitadas sete propriedades rurais adjacentes foram coletadas 60 amostras de sorologia IgM em equídeos, 11 amostras em aves do gênero Gallus e 12 amostras em humanos. Foram identificadas epizootias em duas propriedades entre os meses de março a setembro, além de identificação de casos suspeito em humano em uma das localidades. A avaliação laboratorial de casos notificados para dengue e com resultado negativo no período de ocorrência englobou 96 amostras de seis municípios limítrofes, com realização de duas sorologias, 17 isolamentos virais e 77 RT-qPCR. Do universo de amostras, 16 não tiveram condições analítica (9%)s e duas tiveram resultado inconclusivo (1%). As demais 161 amostras (90%) apresentaram resultado negativo. CONCLUSÃO: Apesar da confirmação laboratorial do caso em um muar, a busca ativa em propriedades circunscritas e vigilância laboratorial retrospectivas não caracterizaram a ocorrência de outros casos, afastando a hipótese de surto ou introdução da circulação do vírus na região.

Palavras-chave

febre do Nilo Ocidental; epizootia; arboviroses