Dados do Trabalho

Título

Sorovigilância de indivíduos suspeitos de infecção por Variantes de Preocupação (VOCs) de SARS-CoV-2 no Estado do Ceará durante a 2ª onda pandêmica de 2021

Introdução

A investigação de anticorpos específicos anti-SARS-CoV-2 (SC-2) é uma importante ferramenta complementar ao diagnóstico, e para avaliação populacional dos níveis de resposta de anticorpos ao vírus, pós-infecção ou pós-vacinação.

Objetivo(s)

Realizar um estudo transversal, analítico e epidemiológico, envolvendo indivíduos suspeitos de infecção por Variantes de Preocupação (VOCs) de SC-2 no Ceará para fins de vigilância laboratorial e imunológica da COVID-19.

Material e Métodos

Alíquotas de soro e swab coletadas para fins de busca ativa de VOCs encaminhadas por unidades de saúde do Ceará entre janeiro e outubro de 2021. Amostras com resultado detectável para SC-2 por teste molecular foram triadas para a realização de avaliação de soroprevalência de anticorpos IgG anti-SC-2 por quimioluminescência (Abbott Architect). De acordo com os valores padronizados, os dados foram classificados em 4 faixas: i) Negativo; ii) Possível positivo; iii) Positivo; iv) Positivo de valor elevado.

Resultados e Conclusão

Sobre o perfil demográfico, houve predominância de pacientes idosos (25,96%), do sexo feminino (51,10%) e pardos (41,92%). A sorologia IgG anti-SC-2 apresentou resultado reagente para 38,53% das amostras analisadas (n = 420/1.090), apresentando variações durante o período investigado. A taxa de soropositividade foi considerada estatisticamente significante e associada ao sexo (masculino, p<0,05), idade avançada (p<0,0001) e raça (parda, p<0,0001). Análises de regressão indicaram um pico nos níveis de titulação de IgG anti-SC-2 entre abril e maio, coincidindo com maior taxa de incidência de casos e com o avanço no programa nacional de imunização no Estado. Com o aumento na taxa de vacinação da população e a introdução da VOC Delta em julho de 2021 no Ceará, observou-se um novo incremento nos níveis de titulação de anticorpos entre setembro e outubro de 2021, podendo estar relacionado com um menor nível de transmissão da COVID-19 do que o esperado para o período. A combinação de estratégias de vigilância laboratorial e imunológica podem auxiliar na melhor compreensão do cenário epidemiológico e no monitoramento ativo de medidas de controle da COVID-19.

Palavras-chave

Vigilância imunológica, Vigilância laboratorial, Resposta imune, COVID-19