Dados do Trabalho
Título
Novos elementos na caracterização de Epidemias de Dengue no Paraná: avaliação comparativa da metodologia do canal endêmico de casos prováveis no período 2020/2021
Introdução
A definição dos níveis de alerta e resposta são elementos fundamentais para prevenção e controle de epidemias de Dengue. No Paraná, até 2020 vigorou a classificação do município a partir da incidência acumulada de casos confirmados, sendo epidêmico ao superar os 300 casos/100 mil habitantes. A partir deste ano passou a ser utilizada a avaliação por meio do canal endêmico de casos prováveis, no qual a epidemia é definida quando os casos prováveis superam o limite esperado para a semana epidemiológica (SE)
Objetivo(s)
Analisar comparativamente as metodologias para definição de epidemia de Dengue na 17ª Regional de Saúde - Londrina/PR (17ªRS) no período 2020/2021. Trata-se de um estudo observacional, agregado e longitudinal a partir do banco de notificações do SINAN de 26/07/2020 a 24/07/2021.
Material e Métodos
Foram avaliadas a SE de caracterização de epidemia, a diferença de tempo e de localidades. No período analisado, a 17ª RS acumulou 34982 casos notificados, sendo 10975 confirmados e 15 óbitos.
Resultados e Conclusão
o critério de incidência acumulada, a SE 11/2021 atingiu 345 casos confirmados/100 mil habitantes, contudo tal informação foi caracterizada apenas na SE 19/2021. Por sua vez, utilizando o canal endêmico de casos prováveis, já na SE 12/2021 a situação de epidemia estava definida, representando uma abreviação de 7 semanas. Dos 21 municípios da 17ªRS, 7 (33%) estavam em epidemia pela incidência acumulada, enquanto apenas 4 (57%) pela nova metodologia. A classificação por casos prováveis teve uma sensibilidade de 100% e especificidade de 81% para o período completo. A nova metodologia permitiu a definição do cenário de forma abreviada, sem a necessidade de aguardar até a confirmação dos casos, além de estimular que os municípios mantenham o sistema atualizado. Também passa a considerar o histórico de cada município com análise epidemiológica adequada a cada localidade, quando até então, via de regra, as cidades menores atingiam o nível de epidemia precocemente, com poucos casos confirmados, e as maiores de forma tardia, quando a necessidade de recursos já era muito grande. Por outro lado, trata-se de uma metodologia ainda em processo de implantação, que requer o apoio de ferramentas adicionais, como mapas de calor e implementação de indicadores. Conclui-se que ao agregar maior sensibilidade e melhor tempo resposta, a nova proposta qualifica o processo de controle vetorial no estado, sendo premente a necessidade de sua difusão e qualificação.
Palavras-chave
dengue; canal endêmico; arboviroses.
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Felipe Assan Remondi, Cristian Felipe Ferraz da Silva, Edmilson Oliveira, Talita Woitas Sereza, Willian Herbert Noguti de Lima, Andreza Soutto Martins, Valeria Helena Guazeli Amin