Dados do Trabalho
Título
(re)Vacinar é preciso: a relevância da dose de reforço no perfil de óbitos por COVID-19 em Londrina/PR, 2022
Introdução
A vacinação contra a COVID-19 representa um marco no enfrentamento da doença, com expressiva redução do número de casos graves e óbitos. Desde setembro de 2021 têm sido recomendadas a aplicação de doses de reforço. Em que pese, mais de 90% da população paranaense já tenha concluído o esquema primário, houve estagnação no ritmo de aplicação das doses de reforço dada a crescente hesitação e recusa vacinal, com consequente impacto sob o número de casos graves e óbitos pela doença.
Objetivo(s)
O objetivo do trabalho foi analisar a situação vacinal dos óbitos por COVID-19 ocorridos na 17ª Regional de Saúde - Londrina/PR no ano de 2022. Foi realizado um estudo transversal a partir dos óbitos notificados no sistema SIVEP-Gripe de 01 de janeiro a 31 de maio de 2022 nos municípios da 17ª Regional de Saúde, com o relacionamento determinístico com o sistema Si-PNI COVID para definição da situação vacinal. Os óbitos foram caracterizados segundo faixa etária, sexo, local de residência, número de comorbidades e doses contra a COVID-19 recebidas.
Material e Métodos
Foram realizadas analises descritivas de frequência e mediana. De 01 de janeiro a 31 de maio de 2022, a 17ª RS teve a notificação de 976 internações por COVID-19, sendo registrados 282 (29%) óbitos.
Resultados e Conclusão
Houve predominância do sexo masculino (53%), da faixa etária de 80 a 89 anos (31%). A mediana de idade foi de 78 (11 a 105) anos. Apenas 9% dos óbitos não possuíam nenhum tipo de comorbidade, sendo a mediana de 2 (0 a 6) condições por óbito. O tempo mediano do início dos sintomas até a internação foi de 15 dias e o de internação de 17 dias. Em relação a situação vacinal, 20% (n=57) não haviam tomado ou tomado apenas uma dose e 53% (n=149) haviam recebido apenas o esquema primário (D1+D2), completos em média a 267 dias do óbito, ou seja, 73% dos óbitos não haviam recebido a dose de reforço. Dos 75 (27%) óbitos que receberam a dose de reforço, a média de tempo de aplicação foi de 26 dias. O perfil de óbitos permanece semelhante, com maior concentração de idosos e de pessoas com comorbidades. Nesse novo cenário, o estudo evidencia a importância não só da completude do esquema vacinal primário, mas também da aplicação dos reforços visando manter a proteção individual e coletiva contra a COVID-19. Apesar de não se tratar de um estudo analítico, sinaliza que as doses de reforço desempenham papel fundamental na diminuição dos óbitos e tal informação precisa ser disseminada para a população em geral.
Palavras-chave
vacina; óbito; COVID-19
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Talita Woitas Sereza, Felipe Assan Remondi, Gisele Negrao Paes, Luciana Guazzi Sipoli, Willian Herbert Noguti de Lima, Cristian Felipe Ferraz da Silva, Andreza Soutto Martins