Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DE ANTÍGENOS, SOLÚVEL E BRUTO, DE AMASTIGOTA AXÊNICA DE Leishmania (L.) infantum chagasi NO SORODIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL ATIVA E INFECÇÕES ASSINTOMÁTICAS

Introdução

A leishmaniose visceral americana (LVA) é uma protozoose causada pelo parasito Leishmania (L.) infantum chagasi, considerada pela Organização Mundial da Saúde uma doença negligenciada, de caráter grave e fatal se não diagnosticada e tratada precocemente. Na Amazônia brasileira, o espectro clínico-imunológico da infecção foi definido pelo Laboratório de Leishmanioses “Prof. Dr. Ralph Lainson”, da Seção de Parasitologia do Instituto Evandro Chagas (IEC, SCTIE, MS), baseado no uso combinado da reação intradérmica de Montenegro (RIM) e da reação de imunofluorescência indireta (RIFI-IgG) com o antígeno bruto de amastigota de infecção experimental de hamster, além do exame clínico dos indivíduos infectados, compreendendo cinco perfis: três assintomáticos, Infecção Assintomática (IA), Infecção Subclínica Resistente (ISR); e Infecção Inicial Indeterminada (III); e dois sintomáticos, Infecção Subclínica Oligossintomática (ISO) e Infecção Sintomática (IS= LVA).

Objetivo(s)

Avaliar a reatividade dos antígenos solúvel e bruto de amastigota axênica de L. (L.) infantum chagasi pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) e reação de imunofluorescência indireta (RIFI), ambos para IgG, no sorodiagnóstico dos diferentes perfis clínico-imunológicos.

Material e Métodos

Foram produzidos dois antígenos de L. (L.) infantum chagasi: a) solúvel (SACA) e, b) bruto (BACA) de amastigota axênica. Os testes sorológicos foram realizados em 84 amostras de soro de indivíduos que participaram de inquérito soro-epidemiológico no município de Conceição do Araguaia, no sudeste do Estado do Pará (2015), sendo 69 com diagnóstico prévio da infecção, perfis IA (16), ISR (15), III (15), ISO (11) e IS=LVA (12), e 15 não infectados (RIFI-IgG-/RIM-).

Resultados e Conclusão

Ambos os antígenos SACA (ELISA) e BACA (RIFI) foram capazes de reconhecer a maioria dos casos dos perfis assintomáticos: IA (68,7%-56,3%), ISR (93,3% - 93,3%) e III (86,7%-80%), todos dos sintomáticos ISO (100% - 100%) e IS=LVA (100%-100%), e nenhum dos indivíduos não infectados (0,0%-0,0%).
Esses resultados demonstraram o alto desempenho dos antígenos SACA e BACA no sorodiagnóstico de perfis sintomáticos e assintomáticos revelando como alternativas promissoras para rastrear e/ou monitorar a evolução da infecção.

Palavras-chave

leishmaniose visceral ativa, infecção assintomática, Leishmania (L.) infantum chagasi, sorodiagnóstico; antígenos solúvel e bruto; amastigota axênica.