57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Aspectos epidemiológicos dos óbitos por leishmaniose visceral no Brasil nos últimos 5 anos

Introdução

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença endêmica e o Brasil, atualmente, é responsável por cerca de 90% dos casos da América Latina. É uma doença grave, causada pelo protozoário Leishmania chagasi e a principal forma de transmissão é através da picada de fêmeas Lutzomyia longipalpis. Além disso, é uma doença com elevados índices de letalidade, e vem apresentando grande expansão geográfica no território brasileiro, principalmente em áreas de crescente urbanização e alto índice de pobreza. Por fim, nessa doença os sintomas iniciais são inespecíficos, como, quadro febril prolongado, diarreia, caquexia e importante hepatoesplenomegalia, no entanto, mesmo com alta taxa de mortalidade é uma doença reversível com o tratamento específico ou espontaneamente nos indivíduos imunologicamente competentes.

Objetivo(s)

Realizar uma análise retrospectiva dos óbitos por leishmaniose visceral no Brasil nos últimos 5 anos.

Material e Métodos

Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo, com coleta de dados obtidos no Sistema de informações Hospitalares (SIH/ SUS), durante o período de maio de 2017 a maio de 2022, utilizando as variáveis faixa etária, região, sexo, taxa de mortalidade e óbitos.

Resultados e Conclusão

Conforme o DATASUS, foram registradas 10.285 internações por Leishmaniose Visceral no Brasil, sendo que foram divididas pelas regiões Nordeste com maiores números (5.594; 54,38 %), seguida pelo Norte (2.106; 20,47 %), Sudeste (1.887; 18,34%), Centro-Oeste (657; 6,32%), e com os menores o Sul (41; 0,39%). Ocorreram no país 423 óbitos, com predominância no Nordeste (224; 52,95%) e no Sudeste (83; 19,62%), quanto ao sexo, pela ocorrência de mortes, lidera o masculino (285; 67,37%), e com um menor número, o feminino (138; 32,62%). As faixas etárias mais acometidas segundo óbito são de 50 a 59 anos (78), e de 40 a 49 anos (58), representando 32,15% do total. A taxa de mortalidade geral no país é de 4,11%, tendo maior índice as regiões Sul e Centro-Oeste, e menor Norte e Nordeste.
A partir da análise dos dados fornecidos pelo DATASUS, a cerca do número de internações por Leishmaniose Visceral entre os anos de 2017 e 2022, conclui-se que mais da metade (54,38%) desses casos ocorreram na região Nordeste, onde também houve o maior número de óbitos (224; 52,95%). Em relação ao sexo dos indivíduos que evoluiram a óbito, nota-se uma grande predominância no sexo masculino (285; 67,37%). Por fim, a faixa etária na qual ocorreu mais óbitos é de 50 a 59 anos.

Palavras-chave

leishmaniose visceral, protozooses, epidemiologia

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

DEBORAH APARECIDA PETRECHEN HOLOVKA, FERNANDA COPINSKI, MARIANE SOUZA MARQUES, KHALIL REDA NETO, IAN CALDEIRA RUPPEN, ANA LUIZA SIVERIS, ANA JÚLIA MARIN MIRANDA, DANIELI LUCION, CESAR HELBEL, MATHEUS CORDEIRO MARCHIOTTI