Dados do Trabalho

Título

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA HANSENÍASE NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM, NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL.

Introdução

A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica granulomatosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela é considerada um grave problema de saúde pública, apresentando, ainda, forte relação com regiões de vulnerabilidade social, econômica e higiênico-sanitárias, como o estado do Pará.

Objetivo(s)

Descrever o perfil epidemiológico da Hanseníase na região metropolitana de Belém no Estado do Pará, no período de 2012 a 2021.

Material e Métodos

Neste estudo transversal e ecológico, os dados epidemiológicos foram obtidos no Sistema de Informações de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde e os cartográficos e demográficos no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A unidade espacial de análise foi a Região Metropolitana de Belém, composta pelos municípios de Ananindeua, Belém, Benevides, Castanhal, Marituba, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará. Para a análise descritiva dos dados foram realizados cálculos percentuais e o teste estatístico não paramétrico qui-quadrado de proporções esperadas iguais com significância de 0,05%, utilizando o programa Bioestat 5.4. Na análise da distribuição espacial foi realizado um mapa coroplético, utilizando o software Arcgis 10.5.1.

Resultados e Conclusão

RESULTADOS: Foram analisados 8181 casos de hanseníase distribuídos nos 7 municípios da região de estudo. O perfil epidemiológico evidenciou a maior ocorrência da doença em indivíduos do sexo masculino (58,98%), Adulto (66,63%) e com ensino fundamental (50,40%). Já em relação a evolução da doença a maioria evoluiu para cura (56,13%). Foi observado que a distribuição da doença ocorreu de forma não homogênea, sendo que os municípios apresentaram os seguintes gradientes de casos: muito baixo em Santa Bárbara do Pará; baixo em Santa Izabel do Pará e Benevides; moderado em Castanhal; alto em Ananindeua; e muito alto em Belém e em Marituba. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico corrobora com o padrão da maior parte dos acometidos no Brasil, sendo indivíduos adultos do sexo masculino, e em locais de alta endemicidade, déficit socioeconômico, baixo índice de escolaridade e dificuldade à assistência e cuidados da saúde. A doença é altamente incapacitante fisicamente, contudo apresenta baixo índice de letalidade, o que está relacionado com os baixos níveis de óbito. É necessário, portanto, maiores ações com finalidade preventiva para a doença.

Palavras-chave

Hanseníase, Epidemiologia e Análise Espacial.